Cotidiano

Granjas sofrem prejuízos com apagão

Perdas financeiras com suspensão no fornecimento de energia no sábado foram grandes, mas Eletrobrás diz que queimadas provocaram o problema

As constantes quedas de tensão e interrupções no fornecimento de energia elétrica têm provocado muitos transtornos. O temor de ter equipamentos queimados é preocupação frequente. Se para quem mora na área urbana as frequentes oscilações são um tormento, na zona rural o problema tem causado muitas perdas aos moradores. No sábado, um corte no fornecimento deixou parte do Monte Cristo sem energia, causando prejuízos a várias granjas.
Conforme a empresária Lúcia Martins, a região é abastecida por três fases e, naquele dia, uma delas apresentou problemas, comprometendo todas as atividades na região. Técnicos da Eletrobrás foram avisados do ocorrido, mas o tempo de resposta foi longo, ocasionando a morte das aves.
“O problema iniciou por volta das 06 horas. Como é comum ter oscilações de energia, pensávamos que seria algo rápido. Nunca aconteceu de o problema se estender por muito tempo. Como os criadouros são abastecidos por bombas d’água, e essa água não chegou ao bebedouro dos animais, muitos acabaram morrendo de sede”, disse a sócia-proprietária de granja.
Na manhã de ontem, a empresária iniciou a contabilização dos danos causados no sábado. Conforme ela, o reflexo imediato foi na produção de ovos e ração para a avicultura. Os prejuízos como motores queimados, vacinas perdidas e animais mortos podem passar a casa dos R$10 mil. 
“Tivemos que entregar o pouco da produção de ovos que tínhamos naquele dia porque até as máquinas que fazem o embalamento do produto não funcionaram. Eu perdi, nessa queda de energia, 258 galinhas. Cada uma é vendida a R$12,00, totalizando R$ 3.096,00. Com vacinas perdidas, foram 14 frascos grandes, que equivalem a uma perda de R$5.400,00. E com a queima de seis motores de reposição de ração, foram mais R$ 840,00 em conserto, totalizando um prejuízo de R$ 9.336,00. Isso porque não se incluem as vacinas pequenas nem a produção de ração, mas a previsão é que esse valor passe os R$10 mil”.
A empresária reclamou ainda da demora das equipes da concessionária de energia em resolver o problema. “Nós entramos em contato várias vezes com a empresa de energia. Eles disseram que tinham enviado uma equipe para fazer a verificação. Entretanto, não havia nenhuma equipe. Tivemos que apelar para colegas de imprensa para ver se fariam alguma coisa. O fato é que a energia só voltou às 19 horas. Um absurdo isso”, disse.
ELETROBRÁS – Em nota, a assessoria de comunicação da Eletrobrás Distribuição Roraima informou que o problema na transmissão de energia no Monte Cristo ocorreu em decorrência de um incêndio ocorrido na região.
“Ainda na manhã de sábado, 04, uma equipe da empresa esteve na região do Monte Cristo para atender a reclamação da cliente. Após percorrer o local, foi constatado que queimadas naquela região ocasionaram queda de árvores com danos na rede elétrica. Foi necessário realizar substituição de cabos de rede e postes danificados. O local onde a rede foi danificada era de difícil acesso, o que ocasionou a demora na correção e a recomposição do sistema elétrico”, frisou.   
Sobre a entrada em operação das usinas termelétricas, a empresa informou que está aguardando as licenças de operação, outorgas que serão emitidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (M.L)