Cotidiano

Projeto escolar ensina instrumentos musicais para crianças

Em Boa Vista, grande parte do ensino musical é desenvolvida em parceria com o Instituto Boa Vista de Música

A musicalização infantil é tão importante quanto português, matemática ou ciências. Isso porque o contato com a música contribui com o desenvolvimento cognitivo, motor, o raciocínio lógico, além de dar, à criança, noções de disciplina, respeito e sociabilidade. Em Boa Vista, grande parte do ensino musical é desenvolvida em parceria com o Instituto Boa Vista de Música e pelos 200 professores arte-educadores do município.

Música e expressão corporal

Nas escolas municipais Prof.ª Glemíria Gonzaga Andrade, no bairro Cidade Satélite, e Laucides Oliveira, no Airton Rocha, a musicalização é ainda mais dinâmica. Isso por que as crianças aprendem a expressar com o corpo as células rítmicas (batuques), com gestos e movimentos.

A musicalização segue os princípios de grandes pedagogos da música, como o francês Émile Dalcroze e o alemão Carl Orff, que teorizam que os elementos da música podem ser desenvolvidos por meio do movimento corporal. O trabalho é feito pelo IBVM e o  educador musical Edney Martins.

“O trabalho de musicalização nas escolas, com apoio da prefeitura e Fetec, foi criado para atender crianças dos bairros mais distantes e tem como propósito o ensino gratuito de música. Nesse primeiro ano, trabalhamos com os alunos questões como disciplina, socialização, percepção e coordenação motora por meio dos ritmos. E foi um resultado muito bom. Tivemos a oportunidade de desenvolver um ambiente favorável para a educação”, afirma o presidente do IBVM, maestro Francisco Carlos Felício.

Música e responsabilidade com o meio ambiente

Outro bom exemplo é o projeto “Balde Velho”, na Escola Luís Canará, no bairro Senador Hélio Campos, que envolve tanto a musicalização quanto a conscientização pela preservação do meio ambiente. Isso porque são utilizados baldes de plástico como instrumentos musicais. Os baldes têm boa sonoridade e estão aptos a receberem os batuques bem ao estilo “Olodum”, como bem definiu o professor arte-educador e coordenador do projeto, Fábio Lucena.

“A gente observou, em sala de aula, que os nossos alunos estavam com seus talentos adormecidos. E a gente só deu uma “apimentada”, um incentivo para que eles pudessem se expressar através da música, assim também como as outras áreas de arte. E, em conversa com outros professores, isso melhorou no comportamento e no próprio processo de ensino-aprendizagem deles”, disse o professor.

Cerca de 20 crianças, entre 10 e 11 anos, participa do projeto “Balde Velho”. Uma delas é a pequena Thayla Rodrigues, de 9 anos, que viu na música uma ótima maneira de contribuir com a sociedade e com o meio ambiente. “É um projeto muito legal, porque além de nos ensinar música, nos deu oportunidade de reciclar baldes que iriam parar na natureza ou no lixo”, disse ela. A previsão é que esse projeto atenda mais crianças no próximo ano.

Os alunos aprendem os ritmos em cima de canções populares, como “Super Fantástico” (Balão Mágico) e “A paz” (Roupa Nova). Rhayssa Oliveira, também de 9 anos, é uma das vocalistas do grupo e já apresenta ótima performance, carisma e intensidade vocal. E já mira numa carreira futura. “Eu amo música. Eu gosto de ouvir música gospel e o meu sonho é viajar para fora ou ficar aqui em Boa Vista mesmo, fazendo shows”.