Economia & política

Unicef inaugura casas de apoio para acolher crianças venezuelanas

Uma vez acolhidos, os jovens venezuelanos serão atendidos por equipe de psicólogos e assistentes sociais

O grande número de crianças venezuelanas desacompanhadas que estão cruzando a fronteira com o Brasil motivou a fundação de duas casas de apoio em Roraima. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceira com o Governo do Estado e o Ministério da Cidadania, inaugurou a Casa Lar de Boa Vista e a Casa de Passagem de Pacaraima, duas cidades com grande fluxo de imigrantes. A iniciativa faz parte da Operação Acolhida .

As crianças serão encaminhadas às casas por meio de ordem judicial, depois da avaliação dos casos. Uma vez acolhidos, os jovens venezuelanos serão atendidos por equipe de psicólogos e assistentes sociais, que tentarão localizar as famílias ou encontrar outra maneira de garantir a eles o direto de conviver em ambiente familiar.

“Esta é a primeira vez em que é inaugurado um modelo alternativo de acolhimento em Roraima, que funciona com uma dinâmica de família. A iniciativa se deu por conta da situação de emergência de acolhimento de adolescentes migrantes, mas ficará como fortalecimento da proteção da criança e do adolescente para o Estado. Toda a assistência será dada respeitando sempre o melhor interesse da criança”, afirmou Marcela Bonvicini, oficial de Proteção da Infância em Emergência, em entrevista ao site oficial do Unicef.

Procedimento

A Casa de Passagem localizada em Pacaraima será o primeiro ponto ao qual as crianças desacompanhadas serão encaminhadas. Quando o processo para resolver a situação demandar mais tempo e cuidado, elas podem ser direcionadas a Casa Lar, em Boa Vista .

A gestão das casas foi entregue à organização Aldeias Infantis SOS, que trabalha com modalidades alternativas de cuidado e proteção para crianças, com atuação em outros países e no Brasil no contexto de resposta ao fluxo migratório venezuelano.

Crise

Conforme levantamento feito pela Defensoria Pública da União, 529 crianças venezuelanas atravessaram a fronteira da Venezuela com o Brasil no período de maio de 2018 a novembro de 2019. A maioria dos meninos e meninas refugiados tem entre 13 e 17 anos. Muitos daqueles que chegam ao Brasil desacompanhados acabam em situação de rua. Os jovens venezuelanos também encontram dificuldades para se matricular nas escolas e ter acesso aos serviços de saúde pública.  

A Unicef estima que 344 mil venezuelanos cheguem ao Brasil durante 2020, e 100 mil deles devem ser crianças e adolescentes. Por isso, a organização vem fazendo um apelo global para arrecadar US$ 64,5 milhões para apoiar seu trabalho em prol das crianças venezuelanas em sete países: Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Trinidad e Tobago e Panamá.

Com informações IG Nacional