Cotidiano

PMs são treinados para reagir quando são atacados, diz coronel

Coronel Santana afirma que este tipo de reação sempre pode ocorrer e recomenda à população que se mantenha calma durante as abordagens

Os casos de respostas violentas à policiais militares durante as abordagens realizadas em Boa Vista têm se tornado frequentes. No mês de dezembro, duas ocorrências ganharam destaque nas manchetes da Folha. Em uma delas, um motorista de aplicativo suspeito de cometer assaltos pela cidade roubou a arma do policial e alvejou a mão do servidor. Em outro caso, os policiais foram atender um chamado de violência doméstica, onde o acusado soltou pitbulls para atacar a guarnição e também se armou com uma pá.

No primeiro dia de 2020, um novo caso foi registrado. Desta vez, três policiais acabaram feridos, sendo um na cabeça, após receber golpes de pá, outro no pescoço, com o golpe de copo de vidro, e o terceiro na mão, após o arremesso de uma pedra contra ele.

Em entrevista à Folha, o comandante da Polícia Militar de Roraima (PMRR), Coronel Elias Santana, afirma que situações do tipo são frequentes, mas que os policiais são treinados para repelir tais agressões. “Reação à abordagem policial sempre vai acontecer. Tanto que nos nossos cursos de formação, o policial militar é treinado para reagir a essas situações. Nós temos uma doutrina chamada ‘Escalonamento do Uso da Força’. O cidadão usou de uma reação que não está dentro daquele padrão aceitável e o policial vai reagir usando o bastão ou usando munição de menor potencial ofensivo. Então, nós somos treinados pra isso. Porque de fato, a abordagem é um ato que a gente considera antipático. Não é um ato que deixa as pessoas felizes. Mas é feito com o sentido de conceder segurança ao cidadão mesmo que muitas vezes cause contrariedade”, afirmou.

Santana considera que como houve aumento do efetivo nas ruas, o número de ocorrências também aumentou. Mas em especial no mês de dezembro, onde as situações estão ligadas ao consumo de drogas e bebidas alcóolicas típicos desta época.

“Temos a consciência que isso vai resultar em um número maior de resistência às nossas abordagens. Felizmente, para nós, todas essas resistências foram repelidas dentro do que preconiza a lei e dentro do que nós treinamos”

“Todo policial militar, ao sair da sua casa para tirar serviço, sai com o melhor dos propósitos, de proporcionar a segurança ao cidadão. Ninguém sai de casa pra vilipendiar, afrontar ou humilhar. Sai de casa para conceder segurança. A abordagem policial é um artifício que a lei nos autoriza pra que essa proteção seja feita. Então, na abordagem é feita a busca em veículos, em pessoas, em domicílio, se aprovado pelo proprietário, ou caso se encontre nas situações permitidas pela lei. Então é da nossa profissão realizar abordagens”, salientou Santana.

Coronel Santana destaca que é necessário que o cidadão se mantenha calmo durante as abordagens. “A recomendação é que o cidadão se mantenha o mais sereno e equilibrado possível. Se ocorrer, por parte do policial, qualquer coisa que atente contra a integridade do cidadão, ele tem mecanismos para buscar reparação. Pode fazer denúncias na corregedoria ou nos órgãos de controle, não tem problema nenhum. Nossa recomendação é que o cidadão procure se manter sereno, equilibrado e atenda às ordens emanadas do agente policial”, diz.

Para Santana, a prisão dos infratores que reagiram com violência nas abordagens, mostra que a PMRR está preparada para tais situações. “O que fica de positivo nessas ocorrências é de fato esse nível de pronta resposta. Fica claro que toda vez que o cidadão desobedecer às ordens do policial, ele vai ter uma resposta, porque a lei nos permite que isso seja feito”, finalizou.