Cotidiano

Em 4 anos, partos de imigrantes cresceram mais de 900%

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

Foi em 2016, quando o fluxo migratório venezuelano se intensificou na Capital, que o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) constatou um aumento no número de partos de imigrantes. Naquele ano, de janeiro a dezembro, foram realizados 259 partos em imigrantes. Quatro anos depois, em 2019, o número de procedimentos aumentou em 992%.

O aumento já foi considerado expressivo entre 2016 e 2017. Após os 259 procedimentos realizados em 2016, foram realizados 498 partos no ano seguinte, o que representou um aumento de 92%. Em 2018 foram 1.467 e, em 2019, 2.648 partos. A diretora da Maternidade, Patrícia Renovato, destacou que o aumento da demanda gerou impactos não esperados pela unidade.

Ela explicou que toda demanda ou necessidade hospitalar é realizada a partir de um planejamento anual feito no ano anterior. Ou seja, os procedimentos realizados estiveram acima do realmente foi planejado. “Não esperávamos uma demanda tão grande. No último ano fizemos 11.600 partos, um número que era esperado para daqui a três anos. Normalmente ficamos na faixa de 8 mil partos anualmente”, contou.

Frente à demanda em relação aos partos, que chegam a 1 mil por mês, Patrícia esclareceu que a Maternidade tem se virado graças ao esforço dos profissionais, apesar de não haver um número suficiente. Além disso, busca melhorias no que diz respeito à quantidade de equipamentos, materiais e leitos junto à Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) e o próprio Governo do Estado.

Ainda sobre partos de imigrantes, Patrícia destacou que a maioria das mulheres solicita o parto cesáreao ao invés do procedimento normal. “É uma cultura do país, que tem um maior índice de partos cesáreos. Mas no Brasil, até por recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), é aconselhável ter o parto normal devido à redução de riscos para mãe e bebê. Temos que estar no índice de 30%, ou menos, no número de partos cesáreos”, contou.

REFORMAS – A respeito dos leitos, Patrícia informou que está previsto para fevereiro o início da reforma da ala das Azaleias. A área vai ganhar mais 20 leitos. Ainda estão previstas reformas dos centros cirúrgico, obstétrico e a ampliação da unidade. “Há mais de R$ 14 milhões de emendas parlamentares para a ampliação da Maternidade”, finalizou.

PARTOS – Durante o ano de 2019, a Maternidade realizou o parto de 11.625 mulheres brasileiras e imigrantes. Destas, 4.072 tiveram partos cesáreos e 7.553 o normal. Muitas chegam sem Pré-Natal. A mãe identifica que está grávida e realiza os exames, ultrassom, triagem de doenças pré-existências, controle de glicemia para evitar a diabete gestacional e outras doenças.