Política

Sindicato espera que Governo cumpra acordo em 90 dias


A greve da enfermagem em Roraima chegou efetivamente ao fim na última semana, após a celebração de um acordo entre a categoria e o Governo do Estado. A expectativa é que a gestão estadual cumpra com o atendimento das demandas dos profissionais de saúde no prazo máximo de 90 dias.

O presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Roraima (Sindprer), Melquisedek Menezes, informou que foi assinado um termo de compromisso entre o Governo do Estado e a categoria para que fosse anunciado o fim da paralisação das atividades. No documento, a principal demanda era por melhorias de condições de trabalho.

“O primeiro ponto era ter condições mínimas de trabalho, que vai trazer benefícios não só para o profissional, mas também para a população. No caso, higiene, segurança, medicação, insumos, material para realizar cirurgias. Outros pontos foram pagamento de progressão e retroativo; devolução dos salários que foram descontados dos grevistas e o plano de cargos, carreiras e salários”, informou em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 12.

O presidente do Sindprer também abordou a manifestação das outras categorias após o fim da greve, onde supostamente foi defendido que o atendimento às demandas dos profissionais da enfermagem seria o suficiente para a melhoria da saúde em Roraima.

“Todas essas condições mínimas abrangem eles também. Condições mínimas de trabalho vão auxiliar no serviço de todos. Mas, mais uma vez, o sindicato que vai à luta é o Sindprer. Com muito respeito às demais, mas pergunto: qual o motivo destas categorias não terem efetuado uma nota de apoio quando nós estávamos em greve?”, questionou. “Saúde pública é uma construção, mas quem buscou foi a categoria que abrange enfermagem e técnicos de enfermagem”, acrescentou.

PRAZO – Segundo Menezes, a categoria estabeleceu o prazo de três meses para atendimento da demanda por acreditar que é necessário ter um diálogo entre a categoria e a gestão, embora tenha tido dificuldades de conversar com o Governo do Estado.

“Ao longo do ano de 2019, nós sempre estivemos dispostos ao diálogo. Mas o diálogo só acontece quando as duas partes estão dispostas. Não adianta só um insistir e o outro fechar as portas. Nós batemos na porta, com documento comprovado. Por isso a categoria veio para a greve, por respeito”, completou. 

Sobre a mudança na gestão da saúde e possibilidade de firmar um diálogo melhor, o sindicalista afirmou ainda que o novo secretário, o médico Allan Garcês, foi sensível às reclamações dos profissionais e buscou conversar com os manifestantes ainda durante a paralisação. 

“Nós não estávamos cobrando exoneração de secretário nenhum. Nós estávamos cobrando condições mínimas e uma saúde pública de qualidade. Quando chegou o novo secretário, ele foi lá no acampamento. Depois nós pontuamos as propostas e prazos. Nós queremos construir uma ponte que vá auxiliar a população”, finalizou. (P.C.)