Cerca de 15 famílias que ocupavam uma área de preservação ambiental, localizada na rua S-16, no bairro Pintolândia, foram retiradas ontem à tarde por guardas municipais da Prefeitura de Boa Vista. Uma retroescavadeira foi utilizada para derrubar dez barracos de madeira e alvenaria. O entulho foi levado por caçambas para o lixão municipal.
A região é protegida a partir de lei prevista na legislação brasileira como parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação que não permite a ocupação humana. No entanto, um grupo de pessoas havia montado acampamento no local, supostamente por não ter onde morar.
A área invadida foi desocupada sem tumulto e os invasores colaboraram com os fiscais e a Guarda Civil Municipal. Antes da derrubada, as famílias retiraram os seus pertences e peças utilizadas para a construção da casa.
“Eu só vim procurar esse espaço para sair do aluguel. Eu não tenho casa para morar e estou desempregada. Apenas meu marido trabalha como mecânico e não é todo dia que ele tem dinheiro. Esse local não está sendo utilizado, é abandonado”, justificou Esther da Silva, de 38 anos.
Prefeitura de Boa Vista – A Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente informa que a ação de retirada de construções erguidas de forma irregular em Área de Preservação Permanente (APP), no bairro Pintolândia, ocorreu após denúncias da população.
Além da retirada dos dez barracos, os proprietários que estavam presentes na hora da ação foram autuados. A construção em Área de Preservação Permanente é crime ambiental e a legislação prevê multa a partir de R$ 500.
Prejuízos da invasão – Além de degradar o meio ambiente, a invasão de áreas protegidas oferece riscos à população como alagamentos, enchentes, inundações e ainda a contaminação por doenças respiratórias e de pele: leptospirose, dengue, zika, chikungunya, hepatite, micoses, frieiras, diarreia, verminoses e várias outras.