AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
O primeiro mês do ano é dedicado à campanha de conscientização da população sobre a saúde mental, o Janeiro Branco, por ser o período em que normalmente as pessoas fazem uma reflexão sobre sua vida, a qualidade dos seus relacionamentos, do trabalho, das amizades e definem novas metas e planos. É aproveitando esse momento que os profissionais da saúde e instituições alertam para a importância de prestar atenção à saúde mental.
Buscando a sensibilização da população em relação à saúde mental, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) irá promover algumas ações, como a que ocorrerá hoje, no Pronto Atendimento Cosme e Silva, onde servidores do Caps III estarão fazendo uma blitz com servidores da unidade.
O chamado ‘Dia D’, do Janeiro Branco, será dia 27, quando ocorrerá uma ação aberta à sociedade na Praça do Centro Cívico, em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. Na ocasião, haverá maratona de atendimento com psicólogo e serão ofertados testes rápidos de HIV, Hepatite, Sífilis, além de distribuição de folders informativos sobre a temática da saúde e sacolas automotivas.
A ansiedade e a depressão são as doenças mentais mais conhecidas, segundo o psicólogo Wagner Costa. Ele alerta que os estudos comprovam que 25% da população sofrem de ansiedade. “Dentro dos transtornos de ansiedade, estão a agorafobia, que é o medo de estarem em lugares onde você não possa sair; as fobias sociais, que abrangem o medo de contato com as pessoas; as fobias específicas; e o transtorno de ansiedade generalizada, que também conhecemos por Síndrome do Pânico; além da depressão, que é a doença mais incapacitante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)”, explicou.
Costa pontuou que ainda há um sério tabu da população em relação ao tratamento da saúde mental, por medo da perda de controle, de ‘ficar louco’. “Todos nós temos esse receio de perder o controle e por isso as pessoas se recusam a aceitar o fato de que elas necessitam de ajuda, o que as faz tentar resolver esses problemas de forma solitária”, considerou.
QUANDO BUSCAR AJUDA? – Wagner Costa apontou alguns indícios de que é hora de buscar ajuda profissional para tratar de sua saúde mental ou de um familiar, amigo.
“No caso da depressão, o sinal mais comum é a tristeza persistente, falta de prazer em fazer as coisas da vida e a falta de energia, como se a pessoa estivesse sempre cansada. No caso da ansiedade, a pessoa está excessivamente preocupada em como controlar a vida e as variações do dia a dia; e ela fica bastante nervosa a ponto de não conseguir falar direito ou ter dor de barriga. Se o indivíduo sente isso, é hora de buscar ajuda especializada”, explicou.
Os profissionais aptos a ajudar no processo de tratamento da saúde mental são o psicólogo, psiquiatra e o neurologista. Os dois últimos profissionais cuidarão da parte física, para avaliar quais serão as medidas a serem tomadas. Já o psicólogo trata da terapia, da mudança de comportamento do paciente.
Serviço público oferece atendimento 24 horas para quem necessita de ajuda
Caps III é uma das unidades que formam a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que é administrada pelo executivo estadual (Foto: Diane Sampaio/Folha BV)
O serviço público de saúde disponibiliza profissionais especializados para atendimento aos casos de doença mental, com unidades que funcionam 24 horas por dia, na Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que é formada por três unidades em Boa Vista. São elas:
• Centro de Atenção Psicossocial Edna Macellaro (Caps III), que funciona na avenida Ene Garcez, no 497, Centro, em frente ao Portal do Milênio;
• Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps AD III), localizado na rua Adail Oliveira Rosa, no 1652, bairro Alvorada;
• Unidade de Acolhimento Adulto Maria da Consolação Inácio de Matos (UAA), que fica na rua Bahia, no Bairro dos Estados.
Diretora do departamento de política de saúde mental da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Denise Santiago ressaltou que todos os três pontos estão abertos à população 24 horas por dia para receber quem necessita de acompanhamento.
“É importante frisar que esse usuário tem que estar referenciado da rede de atenção básica para a rede de atenção especializada, conforme o olhar clínico do profissional de saúde. Também friso que nossas unidades funcionam de uma forma efetiva e com equipe multiprofissional pronta para atender a população”, assegurou Denise.
O paciente é acompanhado pelos profissionais da unidade desde a entrada, sendo recebido por um profissional de saúde e encaminhado ao psicólogo do local de atendimento. O processo continua com o acompanhamento a ser feito pelo psicólogo.
“Dentro desse acolhimento, a gente trabalha com um processo terapêutico singular, que é um tratamento específico para a situação daquele usuário, onde ele terá um olhar sucinto para o seu agravo e a gente vai trabalhar em cima da necessidade daquele usuário que deu entrada na unidade. No caso do Caps AD, o tratamento é feito com pessoas com esses agravos mentais oriundas de uso de drogas ilícitas ou etílicas”, esclareceu.