A Polícia Civil de Roraima (PCRR) continua vivendo um impasse provocado pela Lei Complementar nº 287/2020, que aumenta em até 47,08% o subsídio dos delegados a partir de 2023. Desta vez, pelo menos 100 servidores das outras nove categorias da instituição realizaram uma manifestação em frente à Cidade da Polícia na manhã desta quarta-feira, dia 15.
Convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol-RR), a concentração tinha como objetivo chamar a atenção para o que eles têm considerado como perseguição por parte da Delegacia Geral e a falta de igualdade dentro da instituição, devido a promoção prevista para acontecer em maio de 2019 não ter sido feita. Com faixas e gritos, os policiais pediam isonomia e a saída do delegado-geral Herbert Amorim.
Segundo Leandro Almeida, presidente do Sindpol-RR, a organização do manifesto precisou ser feita de última hora, porque caso fosse anunciada pelo menos um dia antes, os servidores filiados ao sindicato poderiam sofrer ameaças de falta, remanejamento e abertura de processo administrativo, situação esta que Almeida disse estar passando. Os policiais que puderam comparecer estavam de folga ou ainda iriam se apresentar em seus respectivos plantões. Os outros estão com medo das retaliações, afirmou ele.
“Quando eles [delegados] receberam a garantia que teriam esse aumento de fato, prometeram para o governador que iriam implantar dois turnos na Polícia Civil, e isso não é incomodo para nós, desde que seja feito para todo o Poder Executivo, e não só para a Polícia Civil”, disse Almeida.
OUTRO LADO – A Polícia Civil de Roraima (PCRR) afirma que não procede a informação de que policiais civis estão sendo perseguidos. Sobre os ajustes administrativos e remoção de policiais, afirma que é uma rotina na administração da Polícia Civil e que pode ser confirmado via Boletim Eletrônico Interno ou pelo Diário Oficial do Estado.
Quanto à remoção de policiais a municípios do Estado, a informação é a de que a Delegacia Geral está cumprindo uma ordem judicial para reforçar o efetivo de policiais nas Delegacias de Pacaraima e Amajari, o que pode ter desagradado alguns dos servidores, diante do baixo efetivo. Acrescentou que toda a remoção de policiais para outros municípios é amparada por Lei e, ainda, com pagamento de ajuda de custo.
Quanto ao pleito do Sindpol, a PCRR afirma que todas as vezes que procuraram a Delegacia Geral foram prontamente atendidos com as portas abertas ao diálogo e esclareceu que os atos necessários à efetivação da promoção dos policiais civis, cuja responsabilidade é da Delegacia Geral, foram realizados. Porém, a decisão para implementação da promoção não cabe ao delegado-Geral, e depende de disponibilidade orçamentária e financeira.
A nota complementa que o delegado-Geral Herbert Amorim sempre manteve diálogo com o Sindicato, tendo inclusive apresentado propostas possíveis para realização da promoção dos policiais e também de reestruturação das respectivas carreiras, sendo rechaçado pelo Sindpol. Sobre o pleito dos delegados de Polícia, a Delegacia Geral afirma que não teve participação nas negociações, uma vez que a proposta foi elaborada pela ADEPOL/RR.