Ao término das festas de final de ano, com o ganho de peso das comilanças, uma meta sempre surge: entrar em forma no novo ano que se inicia. A decisão de praticar uma atividade física é importante não apenas para perder peso, mas principalmente para garantir um bom funcionamento do organismo e manter um estilo de vida saudável.
Mas como iniciar essa preparação para um novo estilo de vida? O educador físico Edson Leite, professor e coordenador do curso de Educação Física da Estácio da Amazônia, afirma que o primeiro passo é definir qual atividade física a pessoa vai praticar.
“Ela precisa buscar uma atividade na qual se identifique, que tenha realmente interesse em praticá-la e que isso possa fazer com que mantenha o nível de motivação ao longo de todo ano”, observa.
Sobre os diversos tipos de atividades físicas que existem hoje, o especialista explica que as modalidades esportivas não possuem restrição. O que existe, segundo ele, é uma adequação de cada exercício para uma determinada faixa etária e para as condições gerais de saúde da pessoa, no momento de iniciar a atividade.
Mas faz um alerta aos sedentários que decidem sair dessa condição e iniciar uma rotina de treinos.
“Essa população de sedentários, que é muito grande, precisa ter, primeiro, consciência de suas limitações. Precisam entender que o primeiro obstáculo é superar as limitações do próprio corpo. Essas pessoas não podem ter como base àquelas que já treinam há muito tempo, mas esse, é um erro muito comum. É quando acontece os maiores problemas e faz com que o exercício físico tenha um efeito contrário para saúde. Ao invés de trazer benefícios pode trazer malefícios”, ressalta.
Edson Leite segue afirmando que ao decidir qual exercício praticar, é necessário definir seus objetivos: perda de peso apenas ou obter ganhos na melhoria das condições de saúde? O coordenador explica que essa avaliação precisa ser feita para se chegar ao passo seguinte: escolher um bom profissional de educação física, habilitado para prescrever e orientar nos exercícios físicos.
“O profissional de educação física, uma vez contratado, vai proceder uma avaliação para conhecer as condições físicas da pessoa para, só então, prescrever o exercício da melhor forma possível”, observa. Segundo Leite, especialmente o grupo de sedentários, além de orientação para a prática correta de atividade física, pode precisar de outras formas de acompanhamento.
“Se durante o processo de avaliação, for identificada a necessidade de acompanhamento de outros profissionais, será preciso o encaminhamento para avaliação, seja de um médico ou fisioterapeuta, ou também de um nutricionista”, explica.
Por fim, o especialista afirma que para alcançar os objetivos de emagrecimento e ganho de massa muscular, é necessário “casar” duas rotinas básicas, que incluem exercício físico e reeducação alimentar.
“Se você está fazendo um exercício físico de gasto calórico, para perda de peso, mas ao mesmo tempo está consumindo tanto quanto está gastando, você não vai alcançar ou vai ter muita dificuldade de emagrecer. Nesse caso o que oriento é que a pessoa procure um nutricionista e comece a seguir uma nova rotina, com novos hábitos alimentares”, ressalta.
Para Edson é necessário dedicação ao treinamento e mudança regular na rotina de treino para garantir os benefícios desejados.
“A pessoa começa o treinamento com uma certa intensidade, até que ocorra uma adaptação. Quando isso acontece é necessário que esse treino seja alterado, ou seja, aumentar as cargas, aumentar o tempo de treinamento, ou diminuir o tempo de treino e aumentar a intensidade ou o ritmo do exercício é realizado”, completa.
O que é melhor, aeróbico ou musculação?
De acordo com o professor, não existe modalidade melhor que outra. Na verdade, é a forma como os treinos são prescritos que faz diferença, segundo ele. “Os treinos aeróbicos, seja de qualquer modalidade, vão facilitar esse processo de emagrecimento. Agora reforço: é necessário que esses treinos estejam associados com uma reeducação alimentar”, observa.
E completa: “Musculação promove, sim, a perda de peso”. Segundo ele, é preciso analisar a questão por vários aspectos. “Um exemplo de alguém com 70kg. A pessoa passa a ter uma redução de massa gorda no corpo e um ganho de massa muscular. E aí vai ficar uma pessoa forte, bem definida e com os mesmos 70kg. O que vai definir se emagreceu é o percentual de gordura que vai identificar no corpo por meio de uma avaliação física”, explica.
Mas de todo caso, para quem não é adepto da modalidade musculação por achar muito monótona, o professor sugere treinos funcionais ou CrossFit.
“São modalidades que se aproximam da musculação em alguns exercícios, promovem esse ganho de massa, a redução do percentual de gordura, mas com exercícios mais dinâmicos e aulas em grupo, que tornam a atividade mais prazerosa para algumas pessoas”, avalia.