ANA GABRIELA GOMES
Editoria de Cidade
Faltando apenas três dias para o término do prazo de recadastramento geral dos feirantes da Feira do Produtor Rural, mais de 400 pessoas já passaram pelo procedimento. Até o próximo dia 30 de janeiro, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio do Departamento de Abastecimento e Comercialização, deve concluir o cadastro dos feirantes que por algum motivo não estão levantamento.
Conforme titular da Seapa, Emerson Baú, houve casos de não haver ninguém no box durante a visita dos servidores. Além disso, é preciso que o responsável esteja presente, uma vez que o cadastramento considera o titular. Por isso, os feirantes que ainda não passaram pelo processo devem estar atentos à visita dos servidores munidos de documentos pessoais, como RG e CPF.
O objetivo do recadastramento é atualizar os dados da Feira do Produtor e ampliar as informações já obtidas. “Depois disso, a ideia é pensar em um plano de ação de incentivo à produção, já que vou saber quantos feirantes estão comercializando determinados produtos, a origem desses produtos e outros. Queremos reorganizar a feira para trabalhar de forma setorizada”, destacou.
Na avaliação do diretor do Departamento de Abastecimento e Comercialização (Deac), Alcemir de Oliveira, o recadastramento é uma segurança para o feirante, tendo em vista casos antigos de venda de boxes. O próximo passo é a assinatura do Termo de Uso de Espaço Público, um contrato que o Estado tem com o feirante para que ele cumpra algumas exigências, como manter o espaço limpo, não degradar e não modificar sem autorização.
Como nenhum feirante deve ficar de fora está sendo feita uma recontagem. “Não deve acontecer de alguém ficar de fora, se não ele não pode utilizar o espaço. Além disso, todos serão informados sobre o termo para cumprir o regimento corretamente”, finalizou.
Readequação – Talvez você, leitor, conheça alguém que evite se dirigir à feira para fazer compras em razão da estrutura do local. O próprio titular da Seapa reconheceu que há um distanciamento do consumidor. Em razão disso, o espaço deve passar por uma readequação a partir do recebimento de emenda parlamentar de, aproximadamente, R$1,3 milhão. Frente à demanda do lugar, no entanto, Baú ressaltou que o recurso ainda não é suficiente.
Feirantes desconhecem motivos de recadastramento
O feirante Anderson Costa ainda não passou pelo procedimento (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
Na Feira do Produtor, a maioria dos feirantes que conversaram com a reportagem confirmou que houve a realização do recadastramento após anos. Contudo, ninguém soube informar o motivo do procedimento. Uma feirante que trabalha há 15 anos no local e preferiu não se identificar, acredita que o processo não vai dar em nada. “Assim como todo o Governo, eles aparecem para mostrar trabalho uma vez e somem o resto dos anos”, disse. Dona Raimunda Sousa foi outra feirante que não soube explicar a razão do recadastramento. Trabalhando há quase uma década no local, ela relatou que há anos não via servidores do Estado em busca de informações junto aos feirantes. Diferente das duas, Anderson Costa sequer passou pelo procedimento. “Tô aqui desde setembro do ano passado, mas ninguém me procurou. Umas pessoas passaram perguntando preço das frutas, e só. Vou esperar”, concluiu.