Água de coloração escura é lançada no rio

Populares que utilizam as águas do Rio Branco para prática esportiva divulgaram ontem um vídeo em que aparece uma água de coloração escura e que exalava mau cheiro, sendo lançada no leito do rio, no bairro São Pedro. Eles acreditavam que se tratava de despejo de esgoto sem tratamento próximo ao sistema de captação de água da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer).  O governo negou afirmando que se tratava de rejeito do tratamento de água da estação de captação.
Um internauta disse que presenciou, logo pela manhã, a forte vazão da água de tonalidade escura que escorria para o leito do rio por meio de uma vala perto do porto Marina Meu Caso. “Como estou de férias e tenho hábito de remar bem cedo, eu e uns amigos presenciamos esta situação e informei o fato a alguns amigos, que foram verificar esta situação. A vazão era muito forte e o odor insuportável. Acredito que não deve ser a única vez, pois, pelo que verificamos, existe a vazão recorrente de dejetos que são lançados no local, pela trilha deixada pela água que aparenta uma cor bastante escura”, disse.
Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado afirmou que a denúncia não procede. Alegou que o despejo tratava-se do que restou do processo de tratamento de água, mais precisamente argila do rio que, após separada da água captada, é lançada de volta ao rio. Afirmou que era uma ação rotineira da Caer, feita conforme dos procedimentos ambientais adequados.
“Esclarecemos ainda, que a Caer vem trabalhando no sentido de evitar ações que levavam a companhia a realizar o despejo de esgoto in natura em mananciais e para reduzir os impactos ambientais no Estado. Para isso, foi iniciado o processo destinado à aquisição de nove conjuntos moto-bomba, que serão utilizados como reserva em caso de falha dos equipamentos em funcionamento, razão pela qual levava a companhia a fazer o extravasamento do esgoto sem tratamento em mananciais nas gestões passadas”, frisou.
Afirmou que a empresa tem o compromisso ambiental e que está trabalhando para evitar o extravasamento de esgoto nos igarapés e rios, como era feito anteriormente, segundo informou o presidente da Caer, Danque Esbell. “A companhia também já está realizando, em parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Femarh, o trabalho de monitoramento dos mananciais. Estão sendo feitas coletas e análises de vários igarapés que contribuem para o Rio Branco”, frisou.
As amostras coletadas serão encaminhadas para os laboratórios da companhia para análises físico-químico, bacteriológico e de soluções. Essas análises vão qualificar a água conforme as classificações estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). “O trabalho visa encontrar situações irregulares e passar para a Femarh para que as providencias sejam tomadas”, explicou Esbell.
Segundo ele, para garantir a permanência da qualidade dessas águas, as coletas serão realizadas semanalmente em diversos igarapés da cidade e do rio. O trabalho também será feito nos municípios do interior.