Cotidiano

Inadimplência sobe para 10,47% no Estado

Comprometimento da renda com empréstimos consignados, compra da casa própria e financiamento de veículos são alguns motivos apontados

Editoria de Cidade
Roraima é o segundo Estado com o maior número de inadimplentes junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em junho deste ano, assim como ocupa o segundo lugar entre os estados onde mais cresce o número de dívidas anuais. As informações são da pesquisa do SPC Brasil com a Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas. Houve um empate técnico entre Acre, com 10,58%, e Roraima com 10,47%. A pesquisa é realizada todos os meses para medir os indicativos da inadimplência nas regiões, cuja média nacional é de 4,39%.
De acordo com o presidente da Câmara de Diligentes e Lojistas em Roraima (CDL), Edson Freitas, esses números não estão longe da realidade. Para ele, a atual situação econômica do Estado é um dos principais motivos para elevação desses dados, com comprometimento da renda da população com empréstimos consignados, compra da casa própria e financiamento de veículos.
Ele acredita que, para este mês, a Copa do Mundo pode ter sido outro fator levado em consideração para o alto número da inadimplência. Freitas citou que, para a região Norte, outra pesquisa relacionou ao fato o Crescimento Anual de Números de Dívidas por Atraso, com média de 7,9%.
A inadimplência prejudica o consumidor por até cinco anos, quando os bancos de dados possuem informações de formas negativas por até esse período. Acima desse período, o credor deverá solicitar a retirada do nome dos serviços de proteção, seja SPC ou Serasa. “Prejudica porque há um recuo na economia com a inadimplência”, disse Freitas ao comentar sobre a dificuldade em se negociar as dívidas contraídas pelo consumidor.
“Há, na verdade, uma burocracia muito grande para se negociar as dívidas. Os clientes negativando ao SPC, a gente faz de tudo para levá-lo para a empresa a fim de negociar a dívida e tirar o nome da inadimplência”, comentou. Muitas vezes, lojas fecham as portas e não deixam representantes locais para acompanhar a situação de clientes devedores.
PESQUISA – Outros estados que mais apresentaram situações de aumento no número de devedores estão localizados na região Nordeste. Maranhão (9,4%), Sergipe (8,4%) e Ceará (8,1%) preenchem os cinco primeiros lugares cuja elevação ultrapassou a média nacional. Onze tiveram os menores índices do país, sendo Piauí (0,9%), Espírito Santo (1,3%) e Distrito Federal (2,4%) com o avanço mais reduzido do Brasil. (Y.G)