Cotidiano

Sindicato afirma que enfermagem está atuando sem EPIs

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

O Sindicato de Profissionais de Enfermagem do Estado de Roraima (Sindprer) procurou a Folha de Boa Vista para denunciar que enfermeiros, técnicos em enfermagem e outros profissionais que atuam nas unidades estaduais de saúde estariam trabalhando sem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI). A preocupação com essa situação se torna maior por conta da pandemia mundial de Coronavírus (Covid-19).

O Presidente do sindicato da categoria, Melquisedek Menezes, relatou para a reportagem que a demanda por esses equipamentos é constante, pois é necessário para resguardar a saúde do paciente e do trabalhador, em especial os enfermeiros e técnicos que atuam diretamente com quem está internado e encontra-se com a imunidade baixa.

“Hoje, a cobrança desses materiais é grande nas unidades, principalmente em setores críticos, como UTI (Unidade de Terapia Intensiva), centro cirúrgico, Grande Trauma, Pronto Atendimento, UTI Neonatal. Em todos esses locais faltam, e não é de agora que estamos cobrando. Estamos solicitando, junto aos poderes, uma saúde de qualidade, onde as pessoas são assistidas e os profissionais possam realizar seu trabalho, salvando vidas”, declarou o representante sindical.

Para ressaltar a importância do uso do EPI nas grandes unidades de saúde, Menezes citou como exemplo o Grande Trauma do Hospital Geral de Roraima (HGR).

“No Grande Trauma, o profissional necessita de luvas, de máscaras do tipo N95, de óculos, de gorro e de avental, porque cada procedimento com um paciente tem um risco. Tem momentos em que o enfermeiro ou o técnico tem que atender alguém que entrou na unidade por algum outro motivo que não seja um acidente. Aqui também podemos citar o Bloco D, que é o de infectologia e possui internados com agravos como Tuberculose ou Meningite, entre outras doenças que requerem o uso de EPIs, pois a imunidade dessas pessoas que ali estão encontra-se mais baixa”, disse o presidente do Sindprer.

RELATO – A denúncia feita pelo Sindprer em relação à falta de EPIs foi reforçada pela técnica de enfermagem Roberta Rodrigues, que atua no Bloco D do HGR, dedicado à infectologia e onde se encontra a ala de isolamento da unidade.

“Todos os pacientes triados no Pronto Atendimento ou no Trauma são trazidos para cá. E o que ocorre? A única coisa que está sendo disponibilizada pela Sesau é o avental descartável. Outros equipamentos, como o gorro e a máscara, que é aquela normal, inadequada para o ambiente que a gente atua, nós mesmo estamos comprando. Fizemos vários relatórios e nossa equipe está se negando a entrar no bloco; e com razão”, denunciou Roberta.

OUTRO LADO – Em nota enviada à Folha, a Secretaria de Saúde (Sesau) afirma que a denúncia feita pelo presidente do Sindprer sobre a falta de EPI nas unidades de saúde do estado não procede.

“O reforço de material nas unidades de saúde, principalmente naquelas que foram inseridas como referência para o atendimento de pacientes com sintomas do Novo Coronavrus (COVID-19), conforme estabelecido pelo COE-RR (Centro de Operações Especiais de Saúde Pública de Roraima), continuará ao longo desta semana por meio da CGUE (Coordenação Geral de Urgência e Emergência)”, encerrou a nota.