ANA GABRIELA GOMES
Editoria de Cidade
No próximo domingo, 22, é o Dia Mundial da Água. A data, criada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, é usada para conscientizar e sensibilizar a população sobre o uso racional deste recurso natural. No Brasil, 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao abastecimento de água e, de acordo com o Sistema CFA de Governança, Planejamento e Gestão Estratégica de Serviços Municipais de Água e Esgotos (CFA-Gesae), a causa desse desabastecimento é o desperdício.
O estudo, feito pelo Conselho Federal de Administração (CFA), oferece aos municípios um sistema de governança e planejamento estratégico de serviços públicos de água e esgoto. Conforme o CFA-Gease, o Brasil perde 339 litros diariamente. Em relação aos municípios, quem lidera o ranking de desperdício é a capital de Roraima. Por dia, escorrem pelos ralos mais de 1.380 litros de água, enquanto o consumo per capita no estado é de 132 litros.
As perdas, segundo o estudo, são geradas por causa de ligações clandestinas, vazamentos, falhas de leitura de hidrômetro e desvios irregularidades. Mas não acaba aí. Por mês, a água “jogada fora” em Boa Vista poderia resolver a falta de abastecimento de boa parte da região Norte. Considerando um panorama nacional, a falta de água tratada ainda é um grande desafio para estados e municípios.
No Brasil, 53,15% da população tem acesso a rede tratada de esgoto. Os outros quase cem milhões de pessoas, principalmente das regiões Norte e Nordeste do país, ainda convivem com dejetos a céu aberto. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada dólar investido em água e saneamento, são economizados 4,3 dólares em custos de saúde no mundo.
OUTRO LADO – A Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima) informa que tem conhecimento dos levantamentos, pois é a responsável pelo fornecimento dos dados ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
De 2018 para 2019, houve redução de 11% nas perdas de água não faturada na capital, que são contabilizadas em perda física como vazamentos e perdas na infraestrutura, e perda aparente, residências sem hidrômetro ou que pagam apenas taxa, além do desperdício dos consumidores.
Para minimizar a situação, a Caer tem elaborado projetos como o projeto de Recadastramento Geral dos imóveis da capital, e o Contrato de Performance, para fiscalização, corte, religação e otimização do Parque de hidrometração. Essas primeiras medidas vão reduzir significativamente as perdas de água não faturada e aparentes.