Política

PDT pode deixar base de apoio do governo de Dilma, afirma Telmário

De acordo com o senador, o PT tomou atitudes que vão de encontro aos ideais do PDT, como em nomeações de ministros

O Senador Telmário Mota (PDT) afirmou, durante o programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020, apresentando pelo radialista Getúlio Cruz, neste domingo, 19, que mesmo tendo apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) durante as eleições para a presidência da República no ano passado, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), do qual faz parte, pode romper com o seu apoio à presidente.
De acordo com ele, o PT tomou atitudes que vão de encontro aos ideais do partido quando nomeou autoridades da oposição à frente dos maiores cargos políticos do País. “A presidente entregou o governo para o PMDB [Partido do Movimento Democrático Brasileiro]. É possível ver isso quando se tem o Renan Calheiros [PMDB] à frente do Senado, quando tem o Michel Temmer [PMDB] como vice-presidente. E, diante da crise, ela pensa em entregar o governo em suas mãos [de Temmer] e quando dá a nossa economia ao Joaquim Levy, atual ministro da Fazenda, totalmente esquerdista também”, disse o senador.
Para o senador, há muito tempo o PT se desequilibrou no controle quando permitiu que tantos sistemas de corrupção fossem instalados e envolvendo seus membros. “O PT jogou a toalha. Quem manda neste País e, sempre mandou, não é o PT, quem manda é o PMDB. Atualmente eles mostram uma política ‘esquerdista’ de bloqueio contra o PT para angariar mais ministérios e não exercem uma verdadeira oposição”, afirmou o senador.
“Fui eleito pelo povo e defenderei o povo. O PMDB sucateou o País inteiro, não posso concordar com isso. Não tenho nada conta a pessoa da presidente, mas, do jeito que está, a situação se encaminha para este rompimento”, concluiu Telmário Mota. (J.L)
Senador defende PL que institui aposentadoria para padres e pastores
O senador Telmário Mota (PDT) defendeu, durante o programa Agenda da Semana, o projeto de lei 123/2015, de sua autoria, no qual pretende instituir a aposentadoria compulsória de padres, pastores e missionários religiosos. “Esses trabalhos sociais, realizados por essas entidades, são voluntários. Eles atendem os mais diversos tipos de classes necessitadas, como menores abandonados, detentores de doenças, entre outros. Eles realizam um trabalho, muitas vezes, melhor que o do Estado, sendo um trabalho ao qual eles se dedicam de corpo e alma durante anos de suas vidas, e quando chegam ao final dele, eles tentam se aposentar, mas não há como e acabam ficando dependendo de favores”, argumentou o senador.
Diante do projeto, Telmário Mota alegou que todas as entidades foram procuradas durante a composição do projeto e que alguns problemas foram encontrados, como a escolaridade dos possíveis beneficiários e a fonte no qual seria descontado o benefício. “Por isso, junto com o senador Magno Malta (PR-ES), irei realizar uma audiência pública com o objetivo de discutir e aperfeiçoar este projeto tão importante para estas pessoas. Para isso, consegui o apoio do melhor advogado em previdência da Bahia para elaborar e fortificar o nosso projeto para que não sofra barreiras mais à frente e que possamos conquistar essa vitória para essas pessoas que tanto fazem”, afirmou o senador.  (J.L)
Telmário Mota critica projeto de lei de terceirização no setor público
Ainda durante o programa Agenda da Semana, o senador Telmário Mota (PDT) se posicionou contra o projeto de lei 4330/2004, que amplia a possibilidade de terceirização de serviços. Ele afirmou que o projeto oferece um risco aos trabalhadores, mexendo em direitos conquistados depois de anos de lutas.
Dentre os pontos levantados, o senador destacou que o projeto retiraria o direito de greve do funcionário, tornando-o passível de demissão caso deflagrasse o ato. “Ou seja, esse funcionário é desvalorizado e pode ser trocado a qualquer hora”, ressaltou. “Se esse projeto fosse aprovado da forma como está, as empresas de terceirização não teriam um ramo específico, não pagariam INSS, o empregado não teria direito social do trabalho, acabaria com o direito instituído por lei de se empregar um deficiente a cada 100 empregados”, acrescentou.
Outro fator destacado por Telmário Mota foi que, se aprovada da forma como estava, o projeto de lei acabaria com os recursos públicos dos órgãos afins para a realização de serviços e favoreceria o apadrinhamento. “Em outras palavras, uma empresa ocupa um serviço terceirizado e cobra R$ 50 reais do governo, mas só repassa R$ 10 para o prestador de serviço, tendo um superfaturamento e descaracterização desse serviço”, explicou.
O senador lembrou que esta semana, em debate na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, especialistas alertaram para os prejuízos que as medidas propostas vão causar aos trabalhadores, as grandes vítimas do projeto de terceirização. Para Telmário, do jeito que está, a proposta vai acabar com a ideia de carreira, com as férias, entre outros direitos fundamentais. “O funcionário perde totalmente sua valorização e passa a ser só mais uma peça das empresas, prestando um serviço e correndo risco de ir para rua a qualquer momento”, disse.
De acordo com o senador, o projeto também acaba com a isonomia salarial entre terceirizados e empregados efetivos, favorece a baixa qualificação e não protege o trabalhador contra os acidentes de trabalho.
“Nós tivemos um avanço muito grande no Brasil nestes últimos anos e aceitar este projeto da forma como está é regredir nisso. Contudo, se ele for revisto, permanecendo os servidores de estado com seus direitos, esse projeto pode pôr o nosso País para frente. Mas para isso muito trabalho precisa ser feito”, destacou Telmário. (J.L)