Peritos do Instituto de Identificação Odílio Cruz(IIOC) desenvolveram, a custo zero, estudos e testes de um sistema onde as fotos capturadas por celular, tenham qualidade suficiente para que sejam reconhecidas pelos sistemas de identificação.
A tecnologia chamada AFIS (Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais) é referência no Brasil na identificação de indivíduos por comparação da impressão digital.
De acordo com o diretor do IIOC, Amadeu Triani, o sistema AFIS tem sido usado para comparar uma impressão digital com impressões previamente arquivadas em bancos de dados espalhados por vários países. Com o sistema desenvolvido pelos peritos de Roraima, a pesquisa é feita com uma imagem digital, com uma resolução de no mínimo 500 dpi para que seja reconhecida nos sistemas de identificação.
“Os peritos oficiais papiloscopistas de Roraima desenvolveram os estudos e testes de um sistema, em que as fotos capturadas por celular tenham qualidade suficiente para que sejam reconhecidas pelos sistemas de identificação. O objetivo é dar celeridade nas identificações necropapiloscópicas, principalmente em locais de crimes, acelerando os resultados das investigações, identificações de vítimas, pessoas comuns no local de crime e possíveis autores”, detalha.
Amadeu Triani, que é um dos idealizadores do projeto, observa que o perito executa todos os procedimentos operacionais padrões, de acordo com a complexidade do caso, adotando a metodologia científica correta para realizar a coleta das impressões.
“Logo após a esses procedimentos, é sacada a fotografia com o próprio celular do perito, enviada por aplicativo específico para outro perito preparar a imagem e submeter ao sistema de pesquisa, para então identificar o cadáver desconhecido. Se o indivíduo estiver cadastrado em nosso banco de dados o trabalho é concluído em minutos”, esclarece.
Segundo Triani, o tempo de preparo da coleta da imagem leva em torno de 10 minutos e o sistema reconhece a impressão digital com seus pontos característicos, retorna depois de seis a 10 minutos com o resultado da identificação. “Existem sistemas no Brasil que só têm respostas efetivas dessas identificações depois de dias. Aqui em Roraima, com o uso desse aplicativo por celular vai, ajudar a perícia a alcançar respostas efetivas em curto prazo”, afirma o diretor.
O diretor esclareceu que o sistema criado pelo IIOC já está inserido no contrato que agregou o ABIS (Sistemas de Identificação Automatizada de Biometrias Múltiplas). “Desta forma, além de biometrias múltiplas, foram inclusas a identificação facial no contrato do sistema AFIS, que permite o desenvolvimento de novas ferramentas pelos peritos oficiais papiloscopistas de Roraima, sem custo financeiro, agregando nova tecnologia, conhecimento científico aos peritos e é inédito no País”, ressalta Triani.