* MATÉRIA ATUALIZADA ÀS 19H10
Após 46 dias do registro dos dois primeiros casos de Covid-19, Roraima assiste um avanço da doença e hoje possui 932 confirmações, onde 771 se concentram na capital. Apesar das medidas adotadas pela Prefeitura de Boa Vista para conter estes números, o resultado tem sido outro. Essa mesma situação tem se repetido no resto do país, como no Amazonas, que apresenta a maior taxa de mortalidade entre os estados.
A preocupação com o desrespeito ao distanciamento social tem feito com que cidades como São Luís (MA) e Fortaleza (CE) sejam as primeiras do país a optar pela medida considerada como a mais extrema: o ‘lockdown’ ou ‘confinamento’ em tradução livre.
De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado no dia 6 de abril, o lockdown é definido como o “nível mais alto de segurança e que pode ser necessário em situação de grave ameaça ao sistema de saúde”.
Em outras palavras, lockdown é um distanciamento social imposto pelo governo, onde apenas serviços essenciais permanecem em funcionamento para que o maior número de pessoas fique em casa. Mas, as definições ficam a critério de cada região.
A atitude emergencial se mostrou uma das mais eficazes para a redução da curva de casos ao proporcionar um pouco mais de tempo para a reorganização do sistema de saúde. Países como China, Itália, Estados Unidos e Espanha que foram os mais afetados pela Covid-19, fazem parte da lista de nações que optaram pela restrição.
Na capital roraimense, o bloqueio total ainda não se tornou uma opção, mas segundo a prefeita Teresa Surita (PMDB), a medida não está descartada. Em postagem no twitter, ela ainda cobrou posicionamento do governo do estado quanto a inauguração do hospital de campanha.
“Não descarto a possibilidade do lockdown e será tomada a medida se necessário. Estamos acompanhando 24 horas por dia. O lockdown se faz quando o sistema de saúde vai colapsar. Por isso minha preocupação em terminar o hospital de campanha que só falta o governo cumprir sua parte”, disse Teresa na postagem.
Nao descarto a possibilidade do lockdown e será tomada a medida se necessário. Estamos acompanhando 24hs por dia. O lockdown se faz qdo o sistema de saúde vai colapsar. Por isso minha preocupação em terminar o hospital de campanha que só falta o governo cumprir sua parte.
O hospital de campanha erguido pelo Exército Brasileiro tem como parceiros o governo e prefeitura. Mesmo com a estrutura já montada, ainda faltam equipamentos e profissionais de saúde, que seriam de responsabilidade do executivo estadual. Até o momento, não há previsão de abertura.
GOVERNO – A FolhaBV entrou em contato com o Governo do Estado e solicitou um posicionamento quanto ao hospital de campanha. Em resposta, por meio da Sesau (Secretaria de Saúde) informou que está trabalhando de forma integrada com o Exército Brasileiro para assegurar o pleno funcionamento da Unidade Acolhida.
A Sesau esclarece que, nesta terça-feira, dia 05, foi realizada um a visita para identificação das últimas necessidades e conforme o planejamento de trabalho
construído para o enfrentamento ao Coronavírus (COVID-19), existe a previsão de que a Unidade Acolhida inicie as atividades até o dia 15 de maio, com a
expectativa de utilização de 80 leitos inicialmente.
A Sesau ressalta que o planejamento inclui a possibilidade de ampliação dos leitos, conforme o crescimento da demanda.
A gestão reforça que não tem medido esforços para fortalecer o trabalho de combate à doença, adotando medidas estratégicas para atender a população de
maneira adequada, o que inclui a reorganização do fluxo nas unidades hospitalares, aquisição de equipamentos de proteção individual, bem como o
monitoramento diário dos registros da doença, para que todos os ajustes necessários sejam providenciados afim de mitigar essa problemática em Roraima.