A foto intitulada ‘Caxiri na Cuia’, de autoria da roraimense Narrila Bessa de Brito, de 28 anos, bacharel em Direito, está entre os 29 trabalhos selecionados para a exposição virtual “Habitar a água: cultura e paisagens nas Amazônias”, disponível online a partir desta segunda-feira (18) no site www.iphan.gov.br. O evento é promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Pará (Iphan-PA), a exposição reúne fotografias abordando a cultura amazônica em suas variadas dimensões.
Narrila é servidora da Defensoria Pública de Roraima e adotou a fotografia como hobby há um tempo, após um curso básico de fotografia à distância, e seguiu praticando. “Gosto muito de fotografar pessoas e suas expressões, mas sou igualmente amante de paisagens”, declarou.
Obra faz parte da exposição virtual “Habitar a água: cultura e paisagens nas Amazônias”, do Iphan
“A obra ‘Caxiri na cuia’ é o retrato de um momento muito comum em comunidades indígenas, pelo menos aqui em Roraima, onde tive a oportunidade de conhecer várias delas. Na imagem, a tuxaua da comunidade bebe o último gole de caxiri daquela cuia e o faz tal como nós mesmos fazemos, quando chegamos em nossas casas, após um longo dia de trabalho e abrimos uma boa cerveja gelada, assim eu senti o momento. O caxiri é uma bebida típica indígena, alcoólica, elaborada a partir da fermentação do insumo da mandioca. É uma tradição marcante, é o retrato da cultura do povo indígena e é realmente muito apreciado por eles”, ressaltou.
IPHAN – No total foram recebidas 63 submissões de 12 estados brasileiros, com mais de 200 fotos, sendo selecionadas 43 imagens, individuais e em séries, de 29 profissionais.
Diante da pandemia de Covid-19, a exposição, até então planejada para ocorrer em uma galeria de Belém (PA), passou a ter caráter virtual. Essa foi uma alternativa encontrada para, enquanto durar a situação de emergência em saúde pública, dar continuidade às atividades do Iphan e, ao mesmo tempo, manter o isolamento social como medida de contenção da pandemia.
“Estamos tentando nos adaptar ao período delicado que estamos passando e encontramos na exposição virtual uma alternativa viável para manter a exposição que já estava agendada para este semestre”, diz a superintendente do Iphan-PA, Rebeca Ferreira. “Desta forma, também é possível alcançar um maior número de visitantes, que podem conhecer e divulgar o trabalho dos participantes, assim como o nosso rico patrimônio”, disse.