O novo Coronavírus avançou as barreiras das grandes metrópoles e chegou também aos municípios do interior, inclusive em meio aos povos tradicionais. Dois professores da etnia Wapichana, que atuavam no município do Cantá, se tornaram vítimas da doença.
A primeira morte foi de Elizabeth da Silva Ribeiro, de 37 anos, professora na Comunidade Canauanim. Ela estudou no Centro de Informação Wapichana, na Comunidade Malacacheta.
Conforme a direção geral do Hospital Geral de Roraima (HGR), a professora deu entrada na unidade na tarde do dia 26 de maio e possuía diagnóstico positivo para o vírus. Internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), faleceu nesta terça-feira (2).
Em postagens nas redes sociais, amigos a descreveram como uma mulher que dedicou sua vida pela educação.
O segundo óbito foi de Fausto da Silva Mandulão, de 58 anos, que atuava na Comunidade Tabalascada. Ele foi um dos fundadores da Organização de Professores Indígenas de Roraima (OPIR).
De acordo com o HGR, ele deu entrada no hospital na noite do dia 22 de maio e também possuía diagnóstico positivo para o novo Coronavírus. Ele morreu na UTI na manhã desta quarta-feira (3).
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter) lamentou a morte de Fausto, descrito como “importante liderança que dedicou a sua vida em defesa do seu povo e na luta por uma educação pública de qualidade para todos”.
Outros três professores indígenas também faleceram por conta da doença no mês de maio. Foram Bernita Miguel, da etnia Taurepang, comunidade Nova Esperança. O macuxi Irinel Melquior, da comunidade Ticoça e a wapichana Dulcirene de Freitas, da Comunidade Canauanin.