Em sete dias, o pulmão de um paciente limpou e ele foi liberado para ir pra casa sem detecção de vírus. O paciente do imunologista Roberto Zeballos serviu como pontapé inicial para a criação do ‘Protocolo Colapso’, método que usa corticoides, anti-inflamatórios e anticoagulantes no tratamento para pacientes com coronavírus.
Em entrevista à Rádio Folha FM 100.3, nesta terça-feira (30), Zeballos contou que o tratamento foi baseado no fato de que o vírus não é o causador da morte, e sim a resposta do sistema imunológico diante do vírus.
“Após a primeira vez que adotei a medida, percebi que eu tinha um procedimento eficaz em mãos. Os estudos de infectologistas eram baseados no fato de que o vírus era o causador da morte, porém não é o vírus diretamente. O que causa a morte das pessoas é a resposta do sistema imunológico diante do vírus”, explicou Zeballos.
Segundo o médico, o método se baseia no fato de que uma pessoa desenvolve a imunidade de 7 a 14 dias.
“Vale lembrar que apenas a minoria tem complicações pulmonares, geralmente decorridas de pré-disposição genética. E 85% das pessoas passam pelo vírus sem a necessidade de nenhum tratamento e outros 10% tem um quadro leve. Então tudo começou com o corticoide. Era uma bandeira que comecei a defender há três meses por que estava convicto”, disse.
Zerballos explicou que estudos com corticoide iniciaram no Hospital Sírio Libanês. “O método já motivou estudos, porém sabemos que não temos tempo a perder. Nunca precisei entubar um paciente, o diferencial do protocolo é que pode ser dado ao paciente via oral e o tratamento é feito em casa. E isso diminui a necessidade de internação e alivia o hospital. Vale lembrar que o tratamento deve começar a partir dos sintomas e com um médico acompanhando o caso”, ressaltou.