Economia

Quase 400 pessoas ficaram desempregadas em Roraima

O número é 65,6% menor que no mês de maio que registrou o fechamento de 1.125 empregos

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, no mês de maio foram extintos 331,9 mil postos de trabalho com carteira assinada no Brasil, o que representa uma queda de 0,87% em relação ao estoque de trabalhadores formais.

Em Roraima, assim como em quase todas as unidades da federação, com exceção do Acre, também foi registrado extinção de postos de trabalho no mês de maio, apresentando uma queda de 387 empregos, o que representa uma redução de 0,7%, ficando abaixo da média nacional.

Apesar da redução no mês de maio, essa foi 65,6% menor do que a apresentada em abril, quando foram extintos 1.125 postos de trabalho em Roraima.

Tal retração nas demissões demonstra que o ponto mais crítico para o mercado de trabalho roraimense já está passando, projetando assim um quadro mais favorável a partir do segundo semestre do ano, época de maior crescimento na atividade econômica.

No acumulado do ano o saldo de empregos ficou negativo em 323 postos de trabalho, deixando Roraima na segunda posição dentre as unidades da federação, estando atrás apenas do Acre.

Em termos relativos ao estoque de trabalhadores formais, a queda no número de empregos em Roraima nos cinco primeiros meses de 2020, foi de -0,59%, três vezes menor do que a média da Região Norte, que ficou em -1,78%, e cinco vezes menor que a média nacional, que foi de -2,95%.

Segundo o economista, Fábio Martinez, a pandemia de coronavírus é um dos fatores que agravou os índices.

“Essa já pode ser considerada a maior crise econômica mundial, que fez com que muitas empresas tivessem que fechar suas portas, algumas mesmo em funcionamento, viram o faturamento cair, no caso de Roraima, isso ocorreu com as empresas de comércio varejista de roupas e acessórios”, informou.

A construção foi o grande grupamento de atividades econômicas que mais perdeu postos de trabalho em maio, com retração de 193 empregos, contudo no acumulado do ano já foram criados 464 novos postos de trabalho.

De acordo com Martinez, o inverno é outro fator que aumentou o fechamento de postos de trabalho nesse setor.

“Muitas empresas do ramo da construção paralisam obras por conta do inverno e Roraima já está nesse período, então postos de emprego tendem a ser fechados”, explicou.

O comércio foi o segundo grande setor que mais perdeu postos de trabalho em maio, com diminuição de 121 empregos, no acumulado do ano o saldo negativo já é de -754 postos, o pior resultado dentre todos os grupamentos de atividades econômicas no Estado.

Martinez avaliou ainda que provavelmente no próximo semestre haja uma recuperação no número de empregos.

“Já percebemos uma queda nesse índice se comparado com o mês de abril, então a previsão é que nos próximos meses, caso essa projeção seja mantida, haja um arrefecimento na economia, com a retomada de postos de trabalho”, acrescentou.

MUNICÍPIOS – Em nível municipal, Boa Vista foi o município roraimense que registrou a maior perda no número de empregos no acumulado de janeiro a maio deste ano, registrando saldo negativo de -372 postos.

Além dele, outros sete municípios também apresentaram saldos negativos: Bonfim (-47); Mucajaí (-27); Alto Alegre (-12); Caroebe (-5); Normandia (-5); Amajari (-4); e Pacaraima (-4). Outros seis municípios apresentaram saldos positivos, com destaque para Cantá, com 93 novos postos, e São João da Baliza, com 45 postos.