Segundo Jadir Correia, presidente da Associação Comercial e Industrial de Roraima (Acir), muitos comerciantes não conseguirão reabrir suas lojas, a partir desta segunda-feira (20), como prevê o Plano de Retomada da Atividade Econômica, da Prefeitura de Boa Vista.
“Na segunda-feira o comércio reabre com restrições, e muitos comerciantes não conseguirão se recuperar dos prejuízos, principalmente as pequenas empresas. Nós questionamos muito se o comércio é realmente o principal local de contágio para o coronavírus. Mesmo com 120 dias fechado, os dados de coronavírus continuaram subindo. Só agora descobriram que o comércio não é o responsável por esses índices”, questionou.
Ele contou que precisou dispensar seus funcionários durante a crise. “Eu fui um dos que precisou fechar as portas e mantive apenas dois empregados que foram contaminados com o coronavírus. Nós tínhamos uma equipe de sete trabalhadores, é muito difícil”, ressaltou.
“Lucro para esses segmentos não deverá ser rápido”, diz economista
De acordo com o economista Fabio Martinez, a reabertura deve afetar diferentemente os segmentos comerciais.
“Houve algumas empresas que até com o fechamento do comércio, conseguiram manter suas vendas, e ainda tiveram lucros, por meio das redes sociais, utilizando o delivery e a drive trhu. Porém, alguns outros empreendimentos, devido a sua especificidade, que sendo preciso o cliente ter acesso in loco a mercadoria, acabaram sendo prejudicados, como é o caso principalmente de lojas de vestuário e calçados”, ressaltou.
Ele ressaltou que em Roraima ainda não havia o costume de compras pela internet.
“Particularmente, em Roraima ainda há o hábito de experimentar para saber se aquela peça ficou bem. Outro lado, é o cancelamento dos eventos culturais e de lazer que interferem indiretamente nesse segmento comercial, já que diminuiu a necessidade de compras desses produtos para festas. Com o cancelamento das aulas, houve diminuição de consumo também de produtos de papelaria”, disse Martinez.
O economista reforçou que com o reabertura do comércio há uma expectativa de retorno de lucro para esses segmentos, porém não deverá ser rápido.
“Contudo, ainda é um alento para esses empresários que acabaram padecendo bastante com a redução dessas compras, é claro que é bom ressaltar o cuidado dos funcionários, com os empresários e também dos clientes em cuidados com a higiene para evitar o aumento do contágio e consequentemente um novo fechamento do comércio”, concluiu.
O economista reforçou que, com a reabertura do comércio, há uma expectativa de retorno de lucro para esse segmento, porém não deverá ser rápido(Foto: Nilzete Franco/Folhabv)