O sonho da reforma ou construção se tornou pesadelo para quase 30 pessoas, vítimas de um suposto golpe aplicado pelo dono de uma serralheria, localizada no bairro Pintolândia, que fabrica portões, janelas, grades, portas, churrasqueiras e outros produtos.
Entre esses clientes, há quem teve prejuízos entre R$ 280 a R$ 1.800. A dona de casa Juliana Santos da Silva, moradora do bairro Cidade Satélite, é uma dessas vítimas. Ela fez a encomenda de um portão no valor de R$ 550 no dia 28 do mês passado, mas ainda não recebeu o material.
“Eu precisava do portão, aliás, estou precisando. Então eu vi uma oferta em uma rede social, após ter encontrado o perfil dessa serralheria que fica no Pintolândia. Entrei em contato com o dono da empresa e marcamos uma ida até o local para que pudesse conhecer o procedimento”, relatou Juliana.
A dona de casa disse ainda que, ao conversar pessoalmente com o dono da serralheria, ficou acertado o negócio. “Ele me deu um prazo de 15 dias para fazer a entrega do portão”, ressaltou.
Na tarde do dia 1º de julho, Juliana disse que retornou a serralheria com os 550 reais em mãos, pois foi condição estabelecida pelo dono da empresa para o pagamento antecipado do serviço, com a justificativa de que precisava comprar materiais antes de iniciar o trabalho.
“O dono da empresa ainda me entregou nota fiscal no momento do pagamento. Como havíamos combinado, antes de 12 de julho voltei ao local para buscar os trilhos do portão. Ele me disse que a máquina de solda estava quebrada, mas que eu não me preocupasse, pois ele encontraria uma solução”, comentou a dona de casa. Chegado o dia marcado para receber o portão, Juliana retornou a serralheria para pegar o portão, mas não encontrou o dono da empresa. “Ele parecia uma pessoa séria, de confiança”, comentou.
“E assim já se passou mais de um mês”, ressaltou Juliana. Ela informou à reportagem que ainda recebeu uma mensagem do serralheiro se justificando sobre o ocorrido. “Ele disse que estava em Brasília e disse que a firma dele tinha falido, mas ia manter contato e que daria um jeito de pagar, que ninguém sairia perdendo”, contou.
“Das vezes que fui lá na serralheira, outras pessoas também estavam lá em frente para fazer cobranças por um serviço prometido, e não cumprido. Como não encontramos mais o dono, formamos um grupo em uma rede social para ficarmos trocando informações sobre essa questão. Eu e outros já registramos também boletim de ocorrência e estamos na expectativa pelo desfecho dessa situação. Queremos o reembolso do dinheiro”, relatou a dona de casa.
MAIS VÍTIMAS – Outro que caiu no suposto golpe é Carlos Vinicius dos Santos Rangel, morador do bairro São Francisco. Ele também fez a encomenda de um portão no valor de R$ 550 e o pagamento foi antecipado. “Paguei antes, porque ele dizia que precisava comprar materiais, por estava sem”, relatou.
Rangel disse que fez denúncia em um órgão defesa do consumidor e que na manhã de segunda-feira (13) chegou a ir com um fiscal na casa do serralheiro e conversaram com a esposa dele. “Ela falou pra gente que ele [serralheiro] estaria em Brasília e que sabia dessa prática dele há alguns meses, mas que ela deixava ele praticar”, informou.
“Fomos na segunda-feira (13) e a mulher dele estava em casa, mas esta semana já retornei e ela já não se encontra mais na serralheria que funcionava na frente o imóvel”.
SERRALHERIA – A reportagem da FolhaBV entrou em contato com o empresário, mas uma mensagem informa que o número está fora da área de cobertura.
Caso será investigado pela Delegacia do Consumidor
Conforme a Polícia Civil de Roraima (PC-RR), por meio da Delegacia do Consumidor, sete pessoas registraram ocorrência relatando o crime de estelionato, praticado em tese pela referida Serralheria. Os prejuízos dessas vítimas estão avaliados em R$ 7.000,00.
A Delegacia do Consumidor instaurou um inquérito policial para investigar o caso e o proprietário do comércio será indiciado por crime de estelionato continuado que, pela Lei, causa um aumento da pena.
O delegado que preside as investigações, Alexsander Lopes, já expediu mandado de intimação para ouvir vítimas e infrator.
A PC-RR orienta às vítimas deste caso, que ainda não procuraram a Polícia, para registrarem Boletim de Ocorrência Online, no endereço www.pc.rr.gov.br, clicando em Delegacia Online e, posteriormente clicar em estelionato, para relatar o crime. Além disso, as vítimas devem apresentar na delegacia recibos, conversas de WhatsApp e outras provas que tiver.
A orientação que a Polícia Civil passa nestes casos ao cidadão é para que tenha cautela em suas relações de consumo, pesquisando antes a empresa com que vai fazer negócios, para evitar ser vítima de estelionato.