Considerando a proximidade do processo eleitoral, a Rádio Folha entrevista os pré-candidatos à Prefeitura de Boa Vista (PMBV). Neste domingo, 19, o programa Agenda da Semana conversou com o deputado federal Nicoletti (PSL). As perguntas são as mesmas para todos os entrevistados.
Na ocasião, Nicoletti discutiu os pontos já definidos da sua pré-candidatura, como o plano de gestão, as coligações entre partidos, o que considera os principais problemas da Capital e o combate à corrupção.
Coligações
As convenções vão chegar em breve. Acredito que as conversas de aliança partidárias são muito recentes. Mas ressalto que sou independente, não pertenço a grupo político ou de empresários.
Critério ideológico
Sou conservador, cristão. Esses valores da família, combate à corrupção são muito importantes. Se os partidos não tiverem aliados com esses pensamentos, com certeza não haverá essa aliança.
Efetivação da candidatura
Já considero consolidada. Tenho dialogado diariamente com a população. Sinto que já tenho conquistado apoio dos boa-vistenses ao meu nome.
Partidos aliados
A gente não está muito engajado na questão de aliança nesse momento. Estamos focados em ver os problemas de Boa Vista. Acredito que as alianças vão surgir no momento certo, chegando mais próximo às convenções. Já conversei com alguns líderes partidários, mas não temos nada acertado no momento.
Adiamento das eleições
Fui favorável ao adiamento das eleições. Não podemos brincar com a pandemia. Não temos vacina ainda contra a covid-19. E a vida das pessoas é muito mais importante do que as eleições. Meu posicionamento é por preservar a saúde de toda a população.
Nova realidade
Quem acompanhou a minha candidatura em 2018 viu que eu fui um dos candidatos que mais focou nas mídias sociais. A gente já em um conhecimento sobre fazer mídia e levar informação para as pessoas que, muitas vezes, não gostam de ir até aos encontros políticos. Esse novo jeito de fazer política acredito que a gente já tem feito. No meio dessa pandemia, sabemos que não podemos fazer aglomeração, então, é uma forma de mostrar o meu mandato para a população.
Covid-19
Roraima foi o último estado do Brasil a ter casos confirmados. Temos uma posição geográfica que facilitaria muito a adoção de medidas contra a doença. Em 20 de fevereiro, o Ministério da Saúde editou uma portaria alertando sobre a pandemia. A Boa Vista publicou suas primeiras medidas somente 46 dias depois, que já foi sobre o fechamento das escolas e comércios. Ou seja, a Prefeitura pulou um passo importante, que foi a prevenção. Eu teria feito uma ação muito mais rápida, ainda em fevereiro, com barreiras sanitárias de fiscalização e cadastramento dos visitantes com suspeita. Acredito que a gente poderia ter coibido, dado mais tempo para captação de recursos, aquisição de medicamentos e equipamentos, compra de testes, contratação de profissionais e para conseguir manter o comércio aberto por mais tempo.
Problemas principais da Capital
A saúde é muito importante no atual momento. Essa briga política que ocorre entre a gestão estadual e municipal tem interferido muito junto à população. Os problemas da atenção básica, de responsabilidade do município, estão sendo deixadas um pouco de lado. Nós precisamos de uma atenção da prevenção, ampliar os horários de atendimento nos postos, contratar e valorizar os profissionais de saúde. A questão da regularização fundiária que é importantíssimo. A questão da infraestrutura de Boa Vista. Precisamos atender a periferia. Falta drenagem, calçamento e asfaltamento. Além de um projeto de desenvolvimento econômico do município. Os nossos ambulantes, feirantes, o agricultor familiar e microempreendedor não tem capacitação e incentivo da PMBV para gerar emprego e renda. Temos a questão também dos imigrantes. As regras são muito flexíveis para entrada de estrangeiros. Temos que enfrentar o problema com mais matrículas nas escolas e mais atendimentos médicos.
Sistema de saúde
O que está faltando é parceria e gestão para captação de recursos dos programas federais. Hoje recebemos pouco recurso, um valor pequeno para mantermos a estrutura municipal. É preciso ser feito uma gestão eficiente e moderna. Informatizar a questão da saúde pública, ampliar o horário de atendimento das unidades básicas; incluir uma equipe de saúde bucal; precisamos aumentar o número de médicos; ter uma gestão eficiente; não limitar o número de atendimentos; agendar consultas online; e instalação de uma UPA. Temos que falar também dos custos dessa UPA. O custo é de R$ 5 milhões e a manutenção mensal é em torno de R$ 2 milhões. Recebemos R$ 19 milhões ao mês e a contrapartida do Governo Federal não é tão alta, mas é importante para que a gente possa desafogar o sistema único de saúde e atender o morador que está na periferia.
Melhoria da economia
Acredito que nós vamos ter a oportunidade de criar um programa de desenvolvimento econômico. Precisamos gerar emprego e renda. Dar apoio técnico para os jovens, adultos, feirantes, ambulantes, para que ele possa se formalizar e democratizar a questão das licenças. Vamos capacitar e dar um plano de negócio. Não basta apenas colocar um aporte financeiro. Temos que capacitar dentro da área técnica, criar parcerias com as instituições e ajudar o pequeno empresário. Criar um fundo de desenvolvimento econômico no município e colocar o jovem para que tenha uma capacitação técnica.
Prioridades
Saúde pública, desenvolvimento econômico e educação. Implantar o ensino fundamental integrado para que a gente possa beneficiar a mãe e o pai que trabalha. Criar mais vagas nas creches, criar uma escola fundamental em tempo integral; investir na vila olímpica e no esporte em Boa Vista; acesso à cultura. Acredito que falta muito amparo para o idoso e para as mulheres e crianças, cuidando da saúde e equipando os conselhos tutelares. Queremos melhorar e ampliar os programas sociais. As pessoas precisam de dignidade e o mínimo de estrutura e ter um estudo técnico do trânsito.
Denarium e Bolsonaro
Nós viemos para a eleição pelo mesmo partido. Na verdade, quem apresentou o PSL para o governador Denarium fui eu e levamos ele para conhecer o atual presidente da República, mas infelizmente a gestão dele acabou que esse relacionamento ficasse desgastado. Ele traiu os compromissos assumidos com o eleitor. Foi chegado um determinado momento que eu não aguentei mais, eu não tenho mais relacionamento político. Não tenho briga, mas me afastei. Com relação ao Bolsonaro, tenho as mesmas bandeiras que o presidente e acredito que ele se manteve coerente com a sua ideologia.
Corrupção
Sempre combati a corrupção e vou continuar combatendo. Claro que tenho limitações por ser deputado federal. O que eu posso é provocar os órgãos de fiscalização. É preciso colocar pessoas sérias e comprometidas com a gestão nas secretarias.
Ponto crítico
As pessoas vão passar muita dificuldade por conta da pandemia. O Governo Federal tem liberado muito recurso esse ano e ano que vem vamos ter o reflexo dessa crise, com uma inflação maior e falta de recursos para os municípios. Precisamos ter uma gestão atento à isso e minimizar os impactos na sociedade.
Qual o maior desafio?
O maior desafio é geração de emprego e renda. Temos um programa ousado voltado ao empreendedor para formalizar, capacitar e dar o apoio financeiro para o pequeno empreendedor, para que eles possam investir no seu negócio e gerar emprego e renda.