A julgar pelos últimos indicadores, a região Norte do país já passou pelo pior momento da pandemia da Covid-19. Após os sistemas de saúde do Amazonas e do Pará, por exemplo, entrarem em colapso há pouco mais de dois meses, as taxas de ocupação de leitos de UTI seguem diminuindo, bem como o número de casos e mortes. De acordo com o Ministério da Saúde, a região teve queda de 20% nos óbitos registrados entre as duas últimas semanas epidemiológicas.
Nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Acre, o pico da curva ficou para trás, afirmam especialistas, mas o momento é de atenção em Rondônia e, sobretudo, em Tocantins. Dando continuidade à série que aponta o estágio da pandemia em todas as regiões do país, o Brasil 61 traz um panorama do que ocorre nos sete estados da região Norte.
Para Helena Brígido, infectologista e vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), a pandemia desacelerou na região. “Podemos afirmar, sem retirar a vigilância, que a região Norte já passou pelo pico. Ainda não é para retirar as estratégias de vigilância, precisamos nos manter atentos, mas ocorreu uma desaceleração. Isso nos dá um alívio muito grande, porque o sofrimento foi intenso, com muitas mortes”, lembra.
Roraima
Roraima é o estado da região que mais teve queda no número de vítimas por causa da Covid-19. Dados do Ministério da Saúde mostram que caiu em 60% o número de mortes na comparação entre as duas últimas semanas epidemiológicas (nº 27 e nº 28). A quantidade de novos casos também diminuiu, em 46%.
Desde o início da pandemia, 24.397 pessoas já contraíram a doença no estado. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 72%, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-RO). Graças à desaceleração da pandemia no estado, a prefeitura da capital Boa Vista anunciou um plano para a retomada do comércio. A volta será feita de forma escalonada.
A partir de segunda-feira (20), o comércio varejista, as atividades de prestação de serviço em geral, clínicas e consultórios médicos, shoppings, salões de beleza (por agendamento), mercados públicos, comércios e igrejas podem voltar a funcionar. Quinze dias depois, bares e restaurantes, academias e o uso de espaços públicos poderão voltar. Já os eventos que causam mais aglomeração, como cinema, teatro e festas só devem voltar do 31º do plano até o fim do decreto de emergência.
Fonte: Brasil 61