O primeiro dia de reabertura do comércio em Roraima mostrou um grande número de freqüentadores em praças, no comércio e em shoppings. O sociólogo Paulo Racoski falou sobre a resistência da população em seguir as regras para a reabertura do comércio.
“Muitas pessoas se sentem seguras para voltar a freqüentar os locais, mesmo com um grande número de pessoas. Existe um negacionismo em frente a isso, a necessidade de retomar uma realidade antes da pandemia que não voltou junto com a possibilidade de freqüentar as lojas” explicou.
Segundo ele, as pessoas estão experimentando uma situação inédita e com isso muitas dúvidas estão surgindo, entre elas, acreditar que o número de pessoas contaminadas não tenha sido tão alto.
“Existe um comportamento, onde as pessoas acreditam que não serão acometidas pela doença. A cada paciente diagnosticado há um gasto com remédios, internação, medicamentos, que podem chegar até 8 mil reais por pessoa. E se aquela pessoa for a óbito, há ainda um gasto com o jazigo. Todas essas hipóteses não são levadas em consideração, onde muitos acreditam que a pessoa faleceu por que seria o momento certo para aquilo acontecer” explicou.
O sociólogo alertou quanto ao aumento de casos em Roraima que deve ocorrer após a reabertura do comércio. “Pessoas não tem conhecimento do perigo do coronavírus. É uma questão de probabilidade matemática, se há maior exposição, haverá mais contaminados e com isso, a porcentagem de óbitos irão subir. Mortes que poderiam ser evitadas” explicou.
Ele ressalta que no momento, as pessoas precisam compreender que mesmo com a retomada do comércio, ainda é preciso evitar aglomerações e apenas ir a estabelecimentos comerciais a partir da necessidade.
“As orientações continuam a mesma. Manter o distanciamento, evitar locais com aglomerações de pessoas, usar a máscara e evitar o contato. E sabemos que agora, a necessidade é ir ao trabalho, comprar comida, sair para pagar contas. O consumo deve ser apenas com o essencial” ressaltou.