Um estudo realizado por pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, identificou que as mortes por Covid-19 no Brasil, ocorrem com maior rapidez em Roraima, e que em Santa Catarina os pacientes levam mais tempo para vir a óbito.
O estudo identificou ainda que o tempo médio transcorrido entre o surgimento dos sintomas em pacientes da Covid-19 no Brasil e a data da morte é de 15,2 dias, mas varia entre 11 e 17 dias, de acordo com o estado em que o caso ocorre.
Segundo matéria publicada no jornal O Globo, o estudo analisou dados de pacientes internados em todo o Brasil e montou perfis cronológicos baseados em dados de mais de 156 mil pessoas.
A ideia do mapeamento, segundo um cientista brasileiro envolvido no projeto, é auxiliar epidemiologistas envolvidos com a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2) a entregarem projeções mais precisas sobre a doença, como a demanda por leitos de UTI e respiradores, e individualizar a análise por estado.
“Isso era uma lacuna na literatura até o momento, e são esses parâmetros que alimentam os modelos matemáticos. Estávamos usando dados chineses de meia dúzia de casos para construir os modelos, sendo que agora temos dados muito melhores”, afirmou Ricardo Schnekenberg, cientista brasileiro em Oxford que participa do projeto.
Outro dado importante do estudo mostra que o tempo médio de permanência em UTI é de nove dias e que os pacientes internados que se recuperam levam em torno de 17,6 dias para receber a alta hospitalar no Brasil. Tais valores são maiores se comparados aos dados obtidos na China, que são de oito dias de UTI, mas muito menores do que os registros na França (17,6).
CASOS – Um dos casos que exemplifica essa rapidez na morte pela doença em Roraima, foi o caso do economista e servidor público Alcidheney Amorim dos Santos, que morreu no dia 15 de junho após ter passado nove dias internado por conta da doença.
Outro paciente que veio a óbito de forma rápida em Roraima foi o técnico de futebol amador Madinho Paiva, de 37 anos, que morreu no dia 4 de junho, após passar seis dias internado no Hospital Geral de Roraima (HGR).