A Fórmula 1 anunciou nesta sexta-feira o cancelamento dos grandes prêmios nas Américas, no caso, os de Canadá, Estados Unidos, México e Brasil, devido aos desdobramentos da pandemia de coronavírus. Desde o primeiro Grande Prêmio do Brasil válido pelo campeonato, em 1973, que o país recebia a categoria em todos os anos.
Além disso, o futuro da etapa brasileira do Mundial está indefinido, já que o contrato com São Paulo terminaria neste ano, e ainda não houve renovação. O Rio de Janeiro é candidato a receber a prova, num novo autódromo cujas obras sequer começaram. A organização da prova soltou o seguinte posicionamento:
“Sobre as notícias divulgadas hoje, 24/07/2020, dando conta do cancelamento do GP Brasil de Fórmula 1 e das demais corridas das Américas, comunicamos que não recebemos até o presente momento nenhuma comunicação oficial da Federação Internacional de Automobilismo e, dessa forma, não poderemos nos manifestar.”
Também foram confirmadas as realizações de corridas em Nürburgring (GP da Alemanha, em 11 de outubro), Portimão (GP de Portugal, em 25 de outubro) e Imola (GP da Emilia Romagna, em 1º de novembro). Em relação à corrida em Imola, a novidade será a realização do evento em apenas dois dias. O formato do fim de semana ainda não foi definido, mas provavelmente haverá apenas um treino livre antes da classificação e da corrida.
A pista alemã volta a receber uma corrida pela primeira vez desde 2013, enquanto Imola, circuito do acidente fatal de Ayrton Senna em 1994, volta ao calendário depois de 14 anos. Já Portimão terá uma corrida pela primeira vez na história, e a categoria volta a Portugal depois de 24 temporadas – 1996 foi a última.
Nas últimas semanas, o chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, já havia declarado que dificilmente as equipes viajariam para as Américas, já que esses quatro países ainda não tiveram redução na curva do número de casos de Covid-19.
Dos quatro países, o Canadá, cuja data original da prova era em junho, teria as melhores condições sanitárias para receber a corrida. No entanto, a logística e gastos de transporte de equipamentos e pessoas para apenas uma corrida em meio à pandemia não compensariam. A Fórmula 1 continua com o plano de realizar pelo menos 15 corridas até completar o campeonato em dezembro. Por enquanto, com o anúncio desta sexta-feira, 13 provas estão confirmadas.
Com o anúncio desta sexta-feira, o calendário original de 22 corridas passa a ter 11 cancelamentos: Austrália, Holanda, Mônaco, França, Canadá, Azerbaijão, Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil. As provas de Vietnã, China, Barein e Abu Dhabi ainda não estão confirmadas.
Com o cancelamento do Grande Prêmio do Brasil, o país perde uma sequência de 47 anos recebendo provas válidas pelo Mundial de Fórmula 1. Dos países que compõem o atual calendário, apenas Inglaterra e Itália tinham mais temporadas seguidas com GPs, em todas as 70, desde 1950.
A primeira edição do Grande Prêmio do Brasil, em 1972, ainda não contou pontos para o campeonato e foi um evento-teste. Mas, a partir de 1973, o país recebeu ininterruptamente provas válidas pelo Mundial.
De 1973 a 1977, o GP foi disputado em Interlagos. Em 1978, a prova foi para o Rio de Janeiro, mas voltou a São Paulo em 1979 e 1980. De 1981 a 1989, o Rio foi o palco da etapa brasileira, mas, desde 1990, Interlagos sediava a prova.
A partir de 2004, o GP do Brasil passou para a parte final do calendário e por seis vezes, em 2005 (Fernando Alonso), 2006 (Fernando Alonso), 2007 (Kimi Raikkonen), 2008 (Lewis Hamilton), 2009 (Jenson Button) e 2012 (Sebastian Vettel), decidiu o título de pilotos.