Cotidiano

IACTI já atendeu a mais de 200 pequenos produtores com o CAR

Prazo para cadastramento termina nesta quarta-feira; expectativa é de cadastrar 1.500 produtores

O diretor-presidente do Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação (IACTI-RR), administrador Marcelo Nunes, disse que desde a instalação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Estado, há duas semanas, o programa já atendeu a cerca de 200 pequenos produtores. A afirmação foi feita em entrevista concedida ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM – 1020, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, na manhã de ontem, 3.
O prazo para os produtores se cadastrarem termina nesta quarta-feira, 6 de maio, podendo ser prorrogado até o próximo ano. “Nós já fizemos mais de 200 cadastros. Temos a expectativa de realizar cerca de 1.500 cadastros até o final do prazo”, afirmou o diretor-presidente, destacando que os próximos municípios a serem atendidos pelo programa serão Caroebe, São João da Baliza e São Luiz do Anauá, no sul do Estado.
Ele frisou que o cadastro é fundamental para o produtor rural. “No processo, é feito um desenho de gestão da propriedade. Ele é importante para todo o tipo de procedimento que esse produtor vai fazer. Por isso, aconselhamos que produtores que têm entre três e quatro módulos procurem o IACTI para podermos realizar esse trabalho”, ressaltou.
O diretor de Pesquisa do IACTI, Lurenes Cruz, que também participou do programa, explicou que o instituto está com uma estrutura técnica bem desenvolvida e criada especialmente para atender à demanda. “Nós temos uma equipe de pesquisa especializada para desenvolver esse trabalho”, afirmou.
Conforme Cruz, os cadastros são realizados na sede do IACTI, em Boa Vista, e no interior por meio de equipes de servidores. Em média, são atendidos 20 agricultores por dia. O cadastro é rápido e leva, no máximo, uma hora para ser feito.
De acordo com o diretor de Pesquisa do IACTI, o programa está contando com o apoio da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), o que deve facilitar a realização do cadastro nos municípios. “A Femarh fez parceria com a gente em alguns municípios e irá disponibilizar estrutura e oferecer essa atividade. O prazo expira nesta semana, mas provavelmente será prorrogado por mais um ano”, destacou.
De acordo com o diretor-presidente Marcelo Nunes, quem não realizar o cadastro, sofrerá sanções. “Acredito que o produtor não se atentou ainda para o que ele deve sofrer caso não realize este cadastro. A partir de 2017, quem não tiver o CAR, deve ter problemas com o Ministério do Meio Ambiente”, afirmou.
Conforme Nunes, atualmente Roraima possui 10.310 estabelecimentos agropecuários: 8.908 de agricultura familiar e 1.402 de agricultura não familiar. Doze dos 15 municípios do Estado possuem projetos de assentamento rural, abrangendo, aproximadamente, 12 mil imóveis em 65 projetos de assentamento.
O diretor-presidente do IACTI considera o Cadastro Ambiental Rural “de extrema importância para o desenvolvimento de Roraima”. “Com as tecnologias que podemos fornecer e os dados que levantamos com o cadastro, o instituto se torna fundamental para que o produtor lá na ponta possa sair desse modo de economia de subsistência, possa aumentar sua produtividade”, analisou.
Conforme explicou Marcelo Nunes, atualmente o instituto não tem recursos para desenvolver novos projetos, a não ser manter os que já tinham sido desenvolvidos na gestão passada. Lurenes Cruz destacou ainda que o IACTI trabalha este ano com um orçamento engessado e que por isso busca meios de angariar recursos. “Uma das nossas expectativas é o CAR”, reforçou.
CAR – O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um programa coordenado pelo Governo Federal por meio de um sistema nacional e foi lançado em dezembro de 2013. Serve como instrumento fundamental para auxiliar no processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais.
Consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e remanescentes de vegetação nativa, com o objetivo de traçar um mapa digital a partir do qual são calculados os valores da área para diagnóstico ambiental. Além de ser uma obrigação legal, o CAR é o primeiro passo para a regularização ambiental e condição para acessar créditos de políticas públicas.(J.L)