Cotidiano

Mais de 38 mil venezuelanos deixaram RR em três anos, diz ONU

Dados mostram também que maioria das crianças e adolescentes venezuelanos não frequentam a escola

Mais de 38 mil venezuelanos deixaram Roraima desde 2018 para serem interiorizados nos mais de 570 municípios de 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. A informação é da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em janeiro e fevereiro de 2020, pouco mais de 3 mil venezuelanos foram interiorizados por mês. No entanto, a partir março, como consequência da pandemia da COVID-19 e a implantação de rigorosos controles para garantir a segurança dos procedimentos de interiorização pela Operação Acolhida, os números foram reduzidos para uma média de 1 mil realocações mensais. Em junho, foram 1.025 pessoas interiorizadas.

O Brasil é o quinto maior anfitrião de venezuelanos deslocados. Até dezembro de 2019, mais de 260 mil refugiados, solicitantes de asilo e migrantes temporários estavam no país. Cerca de 70% estavam em idade laboral, sendo que, deste total, 10% estavam empregados formalmente em dezembro de 2019.

Dos venezuelanos interiorizados, cerca de 40% deles estão em idade laboral e trabalham principalmente em serviços como restaurantes, cafeterias e lanchonetes, além do comércio varejista e de alguns setores industriais e agroindustriais.

Dados sobre frequência escolar mostram que um número elevado de venezuelanos não frequenta as escolas: 58% das crianças de 6 a 14 anos e 69% entre adolescentes de 15 a 17 anos. Como comparação, 12% dos adolescentes brasileiros de 15 a 17 anos não frequentam a escola e o atendimento é praticamente universal entre crianças de 6 a 14 anos.

Em relação aos benefícios sociais, os venezuelanos têm o mesmo direito que os brasileiros e estão conseguindo acessar cada vez mais as principais redes de assistência social do país. As taxas de participação das famílias venezuelanas no Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada estão em uma tendência ascendente.

Ainda assim, a participação dos venezuelanos nos programas de assistência social é inferior à média da população brasileira. Os possíveis motivos para isso podem ser falta de informação sobre os serviços disponíveis, falta de documentação ou documentação expirada e as barreiras de idioma, segundo a ONU.

Fonte: ONU