Com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável pelo comércio de ouro ilegal, que seria comprado de contrabando e de garimpos irregulares em terras indígenas ianomâmis, a Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje, 6, a Operação Zósimo.
Aproximadamente 60 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal da Justiça em Roraima após representação da Autoridade Policial e manifestação favorável do Ministério Público Federal (MPF). Também foi determinado o bloqueio de mais de um milhão e trezentos mil reais dos investigados.
São cumpridos cinco mandados em Boa Vista, dois em Pacaraima, dois em Natal/RN, um em São Miguel do Gostoso/RN e um em Jandira/SP.
O inquérito policial deu seguimento às investigações iniciadas em setembro de 2018, quando um homem tentou embarcar em um avião com três quilos de ouro e apresentou documentos falsos para tentar dar aspecto de legitimidade ao ouro, falsidade que foi confirmada por uma testemunha enganada pelo homem.
Durante essa investigação, o suspeito teria coagido uma testemunha para alterar a versão dos fatos, com o objetivo de tentar reaver o ouro apreendido, sendo alvo de três mandados de busca e apreensão e um de prisão em novembro daquele ano.
Diante dos documentos e provas angariadas durante as buscas, a Polícia Federal identificou uma organização criminosa que seria especializada na compra de ouro contrabandeado da Venezuela e de garimpos ilegais localizados em terras indígenas ianomâmis, além de financiarem e participarem diretamente dessa exploração e de fornecerem insumos para a região, como combustível e mercúrio.
Zósimo – O nome da operação faz referência ao alquimista Zósimo de Panópolis, que viveu na região do Egito por volta do séc. II d.C. e buscava, como outros alquimistas, em desvendar os mistérios da conversão de metais diversos em ouro.