Policiais denunciam que serviço do Bope ficou prejudicado com retirada de viaturas

Policiais da Força Tática da Polícia Militar de Roraima denunciaram que foram obrigados a entregar, para a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), duas viaturas, modelo L200 Triton, que haviam sido doadas pela Força Nacional de Segurança (FNS). Os veículos estavam sendo usados pelo Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) para atuação nas ruas da Capital. Os militares dizem que tiravam dinheiro do próprio bolso para manter os veículos rodando.
Segundo um dos policiais, a Sejuc não poderia ter solicitado as viaturas sem o consentimento da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), responsável pelo convênio entre a Força Nacional e a Polícia Militar de Roraima, que cede efetivo às tropas nacionais em troca de materiais como armamento, munição e veículos.
“Uma tropa da Força Nacional que estava aqui no Estado foi embora no mês passado e deixou as viaturas para nós. As duas viaturas já estavam identificadas e envelopadas. Recebemos a notificação da governadora [Suely Campos] exigindo que nós as entregássemos para a Sejuc. Só que a secretaria não pode ficar com esses veículos”, disse.
Conforme o policial, sem as viaturas, a atuação do Batalhão, que ficou com apenas um veículo, ficou comprometida. “Eram três viaturas da Força Tática e agora ficamos somente com uma. A Sejuc precisa dessas viaturas para quê? Não tem necessidade. Estavam servindo como policiamento especializado por nós”, frisou.
O ofício de solicitação das viaturas foi encaminhado no dia 15 de abril, pela Secretária Estadual da Casa Civil, Daniela Campos, ao Comando-Geral da Polícia Militar de Roraima.
Governo afirma que pediu viaturas para atender interesses da Segurança Pública
O Governo do Estado esclareceu, em nota, que as duas viaturas da Força Nacional foram usadas na atuação junto ao sistema prisional, mas que estão para ser incorporadas à frota da Polícia Militar do Estado.
Um dos veículos foi cedido de forma temporária pela Polícia Militar para a realização de uma missão específica pela Secretaria de Justiça e Cidadania, “dentro dos interesses de Segurança Pública da população de Roraima, não havendo nenhum desvio de finalidade”.
Segundo o governo, não há comprometimento do trabalho de policiamento ostensivo. “A Polícia Militar tem veículos para manter o patrulhamento ostensivo, que é de competência da corporação”, frisou. (L.G.C)