Os sinais característicos da infecção pelo novo coronavírus são conhecidos pela maior parte da população. Sintomas como febre, tosse seca, diarreia e falta de ar estão associados à COVID-19.
Porém, a doença ainda mantém alguns aspectos como incógnita. Um deles é o impacto sofrido pelo organismo durante a recuperação.
De acordo com o secretário estadual adjunto de saúde e médico infectologista Alexandre Salomão, muitos pacientes têm apresentado características persistentes ou seqüelas.
“Esse conjunto de seqüelas vem sendo chamada de síndrome pós covid, é muito comum manifestações pulmonares, e temos visto na prática clínica a necessidade muito grande de fisioterapeutas para um acompanhamento pulmonar para a recuperação plena” explica.
Segundo o médico, a maior queixa é a de cansaço e dores no corpo (Foto: Divulgação)
“Apesar de ser uma minoria de casos, é uma parcela importante da população que deve ser medicada e cuidada de maneira adequada” reforçou.
A analista de recursos humanos Francinéia Guedes está recuperada do covid-19, após ficar internada no Hospital Geral de Roraima.
Ela percebeu o quadro se agravar e, quando voltou ao hospital, mal conseguia andar. Entre os sintomas que persistiram estão uma intensa dor de cabeça, cansaço constante, diarréia e dores de cabeça.
“No meu caso depois de dois meses voltei sentir todos os sintomas novamente, fiquei com o psicológico abalado e tenho medo de estar com crise de ansiedade pós traumática” explicou.
A jornalista Vanessa Fernandes contou que sentiu os primeiros sintomas cerca de duas semanas antes de ser diagnosticada. “Após o isolamento e a recuperação, o consaço persiste, não tive problemas respiratórios ou perda de olfato, mas percebi uma certa confusão mental, ao esquecer coisas simples do dia a dia” contou.
Pós Covid-19
Um relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em dados preliminares, sugere que, em casos leves, o tempo médio de recuperação do Covid-19 é de aproximadamente duas semanas após o início dos sintomas e, em casos graves, de três a seis semanas. No entanto, alguns daqueles que pareciam ter apenas uma doença leve inicialmente acabam evoluindo para a síndrome pós-Covid-19.
A síndrome pós-Covid-19 pode ser incapacitante, prejudicando a realização de atividades cotidianas simples, com um cansaço e falta de energia desproporcionais, e comprometendo a rotina com a família, no trabalho e no lazer.