Dia 19 de setembro é o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, parte importante do corpo humano, trata-se de um tecido que ocupa o interior dos ossos e tem um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas. Nas células sanguíneas estão localizadas as plaquetas, que atuam no sistema de coagulação do corpo, além dos glóbulos brancos e vermelhos, que atuam na defesa de infecções e transporte de oxigênio do organismo.
Segundo a diretora geral do Hemoraima, Ana Brum, a doação de medula óssea é essencial para o tratamento de doenças como a leucemia, por exemplo. “Hoje em dia existem mais de 70 doenças em que o tratamento pode ser beneficiado por meio da doação de medula óssea”, esclareceu.
Segundo o Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), o Brasil possui atualmente o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo. Em Roraima, o desafio é aumentar o número de doadores, uma vez que dados do Redome mostram que até julho de 2020 Roraima é o Estado que menos apresenta doadores de medula óssea do Brasil, com apenas 10.387 doadores.
“A procura pela unidade para realizar o cadastro de doador ainda é muito pequena. As pessoas têm receio de procurar a unidade para fazer o cadastro, até mesmo por não conhecer como funciona o procedimento de um transplante”, complementou a gerente do Núcleo de Captação do Hemoraima, Juliane Uchoa.
Como e quem pode doar
Para fazer o cadastro não há segredo. O doador deve comparecer ao Hemoraima portando um documento original com foto, preencher um formulário e coletar uma amostra de 5ml de sangue. A pessoa deve ter mais de 18 anos e pode doar até os 55 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite), não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
O cadastro é feito em Roraima e, se o doador voluntário for compatível com algum paciente, o procedimento é realizado fora do Estado, em um hospital especializado.
“A doação de medula óssea é a maior demonstração de amor ao próximo que as pessoas podem realizar, pois a dificuldade de compatibilidade entre doador e paciente é muito grande. Esse é um gesto grandioso, caridoso, que uma pessoa faz. É salvar a vida de uma pessoa que ele não conhece e nem sabe quem vai ser. É muito difícil uma pessoa encontrar uma medula compatível, porque para cada paciente, a chance é uma a cada 100 mil. Então, quanto mais gente for lá se cadastrar e doar, aumenta as chances de o paciente encontrar uma medula compatível. É muito importante ter essa consciência de que podemos ajudar. É um desconhecido, mas ainda assim um ser humano, uma vida”, reforçou a diretora.