Cotidiano

Homem é preso durante operação que investiga desvio de grãos em RR

Os desvios envolveram grãos de soja, milho, sorgo e milheto oriundos da Safra/2019, com prejuízo na casa dos R$ 15 milhões

Durante todo o dia e noite desta sexta-feira, 18, a Polícia Civil realizou a Operação “Êxodo 23:16”, como desdobramento das investigações referentes ao escândalo milionário do desvio de grãos do Complexo Agroindustrial de Silos Graneleiros, que era administrado pela Cooperativa de Produção Agropecuária do Extremo-Norte, conhecida como Grão-Norte.

A primeira fase da operação Êxodo 23:16, consistiu no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva em desfavor de um ex-funcionário e um diretor da Grão Norte, e cinco mandados de busca e apreensão, sendo dois em Boa Vista, dois na Zona Rural e um na cidade de São Paulo.

De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DPJC), delegado Marcos Lázaro, os desvios envolveram grãos de soja, milho, sorgo e milheto oriundos da Safra/2019 e que foram depositados por dezenas de grandes, médios e pequenos produtores, uma cooperativa e uma associação que representam pequenos agricultores.  O prejuízo total do rombo passa a casa dos R$ 15 milhões de Reais.

Durante as diligências em Roraima, um dos suspeitos, de 38 anos foi preso, e em poder dele foram apreendidas três armas de fogo, duas pistolas calibre 9 mm e um revólver calibre 38. Além de 26 munições calibre 38, 179 munições calibre 9mm, cinco munições calibre 22.

Também foram aprendidos em poder dele, a quantia de R$ 6.565,00, e farta documentação relacionada aos desvios de grãos e dispositivos removíveis de armazenamento de dados que serão submetidos a análises e perícias para instruir os autos do inquérito policial e a futura ação penal. O homem foi autuado em flagrante por crime de posse ilegal de arma de fogo.

Um dos investigados, de 50 anos, está foragido e segundo informações preliminares teria deixado o Estado de Roraima, juntamente com sua família no último fim de semana.

A OPERAÇÃO – A ação foi executada por policiais civis integrantes do GRI (Grupo de Resposta Imediata) e do GRT (Grupo de Resposta Tática) sob a supervisão geral do diretor do DPJC (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), delegado Marcos Lázaro.

A coordenação operacional dos trabalhos ficou a cargo dos delegados titulares do 1º, 3º e 5º Distrito Policial, Clayton Elwanger, Simone Arruda e Cândida Senhoras, respectivamente.

Na cidade de São Paulo as ações foram coordenadas pelo delegado Fernando Bruno, atualmente lotado no 2º Distrito Policial, que contou com o apoio operacional do DOPES (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) da Polícia Civil de São Paulo.

Êxodo 23:16 – O nome da operação se deve ao teor do contido no versículo 16, do capítulo 23 do Livro de Êxodo da Bíblia Sagrada que diz: “E a festa da sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a festa da colheita, à saída do ano, quando tiveres colhido do campo o teu trabalho”.

Para o diretor do DPJC, a equipe entendeu que a conduta dos criminosos frustrou o legitimo direito dos produtores de se alegrarem com o fruto do seu trabalho.

“O processamento do material apreendido poderá revelar a participação de outros envolvidos e novas prisões deverão ocorrer, considerando que a conduta dos criminosos abalou todos os campos do agronegócio em nível regional, provocando uma supervalorização do custo da produção, além de ter empurrado vários agricultores para o desemprego e para a inadimplência” observou Lázaro.

Todos os envolvidos eles estão sendo investigados pela prática dos crimes de associação criminosa, estelionato qualificado, falsidade ideológica, apropriação indébita, fraude processual e lavagem de dinheiro.