Cotidiano

Enquanto muitas vão celebrar data, outras são abandonadas pela família

Casa de apoio é o local onde algumas mães abandonadas por suas famílias recebem assistência do governo

Enquanto muitas mães em Roraima comemoram ao lado da família a data dedicada especialmente a elas, neste 10 de maio, outras convivem com a distância e a saudade dos filhos. No abrigo de idosos da Capital, localizado no bairro Mecejana, zona Oeste, não é difícil encontrar relatos de mães em situação de abandono por parte de familiares.
É o caso da paraense Flora Oliveira Cruz, que mora no abrigo há pouco mais de um ano. Antes de se mudar para o Estado, morava com o filho no Amazonas (AM) e, aos poucos, foi perdendo contato com a família. “Cheguei aqui em Roraima em 1955. Nesse meio tempo, acabei indo morar em outros lugares. Quando saí de Manaus para voltar para Boa Vista, acabei me distanciando do meu filho, que hoje está com 53 anos”, disse.
Há cinco anos sem ver o filho, ela disse que sente saudades do convívio com a família. “Gostaria muito de ter meu filho perto de mim, mas infelizmente não posso. Ele casou e me deu um netinho, mas não o vejo há cinco anos”, disse.
Apesar da distância, Flora cita que o papel de mãe foi muito importante em sua vida. “Ser mãe, para mim, é ter consciência de cuidar dos filhos, educar, saber criar e dar muito amor. Sinto muita falta disso”, lamentou.
Mesmo com as dificuldades de estarem longe da família, as mães que atualmente vivem no abrigo de idosos recebem atenção diferenciada de profissionais multidisciplinares, com assistência de médicos, enfermeiras, nutricionistas, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistente social.
“Quando há necessidade de serem atendidos por outros especialistas, encaminhamos os idosos ao hospital. Aqui, damos todo o apoio, principalmente na questão de assistência, como o fortalecimento dos vínculos familiares”, destacou a assistente social Helena Azevedo.
Conforme ela, o convívio entre os idosos que moram na casa de apoio é parte fundamental na assistência a eles. “No caso da Flora, o filho dela já havia construído a vida dele e há resistência por parte da família de inseri-la novamente entre eles. Mantemos contato telefônico com ele, mas no momento não há interesse de levá-la para lá. Por enquanto, está aqui com a gente. Ela é muito comunicativa, fez muitas amizades e estamos trabalhando para que ela se sinta bem aqui”, frisou. (L.G.C)