Estilo de vida, orientação sexual, deficiências e até mesmo inteligência acima de média, tudo pode ser uma barreira na aceitação social. Foi essa a experiência compartilhada pelo psicanalista, neuropsicólogo, neurocientista, filósofo e jornalista Fabiano de Abreu em entrevista ao portal Folha Dirigida.
O luso-brasileiro integra a Mensa, organização sem fins lucrativos presente em cerca de 100 países que reúne pessoas com os mais altos QIs (coeficiente de inteligência) do mundo. Como tantos outros, Fabiano sempre enfrentou dificuldades para ser compreendido.
Fabiano sentiu na pele que uma bênção pode ser também um fardo. Na infância, quase foi expulso da escola. Sua visão e opiniões diferenciadas causaram ao longo de sua vida muitos conflitos, pois o modo de questionar e discordar do senso comum costuma gerar desconforto nos ambientes por onde passam.
“As pessoas não compreendiam minha forma de ver o mundo, hoje acredito que as escolas deveriam realizar testes de QI para identificar estes alunos e aprender a explorar seus potenciais em vez de reprimir”, afirma Abreu.
Ele está incluído em um grupo muito restrito, das pessoas que têm um QI de 180, valor este que é superior ao de grandes personalidades mundiais, como Steve Jobs tem, com 140 pontos, Bill Gates, 162 pontos, e Albert Einstein, 160 pontos.
Experiências ruins se repetiram ao longo de sua trajetória acadêmica, profissional e pessoal. Ainda hoje ele revela que sente as pessoas se afastarem dele, “os superdotados propõem soluções diferentes e imediatistas que assustam quem não está acostumado”.
Assim, o neurocientista e pesquisador afirma que já teve problemas até mesmo para conseguir conversar pelo medo e pela vergonha de causar algum desconforto ou má interpretação.
“Tive muitos problemas para ser sociável na infância porque não falava com as pessoas, só observava. Sentia um misto de vergonha, introspecção e preocupação com a imagem que tinham de mim. Então, buscava conforto trancado no meu mundo”, desabafa.
Os sintomas frequentes observados por psicólogos em quem tem QI elevado são crises de ansiedade, preocupação e sobrecarga de pensamentos, exatamente o que enfrenta Abreu.
Fabiano de Abreu explica que quando está em ambientes públicos sente como se sua mente estivesse aberta para tudo, ouvindo e captando tudo ao redor. “Por um lado, é um momento que meu raciocínio encontra-se apurado e posso fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Mas, às vezes, isso me perturba de uma maneira que pode gerar um pânico e me sentir mal”. Um dia deixei de estudar para a prova para avaliar o incrível bater das asas de um beija-flor, naquela época não tinha a busca do Google como hoje, isso resultou numa nota não muito boa nesta prova por não ter estudado.”
Biografia
Fabiano de Abreu é um escritor português e brasileiro graduado em Neurociência na Emil Brunner World University na Califórnia e em Harvard, ambos nos Estados Unidos. Também formado em Neuropsicologia na Cognos de Portugal, em Psicanálise e Neuropsicanálise no Instituto Gaio do Brasil, em Nutrição Clínica na TranningHouse em Portugal, Filosofia na Universidade Autónoma de Madrid na Espanha e muitas outras formações além de jornalista internacional. É membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo com um QI de 180 desvio padrão 24 ou percentil 99 sendo considerado uma das pessoas mais inteligentes do mundo. Autor de 9 livros, pretende ainda este ano chegar a 10 livros lançados.
Fonte: MF Press Global