Cotidiano

Médica pediatra se diz favorável ao retorno das aulas presenciais

A especialista explicou que, para as aulas retornarem, devem existir medidas de higiene pessoal tanto das crianças, quanto da escola

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, no mês de março, as aulas presenciais em escolas públicas e privadas foram suspensas em Roraima. Com as aulas remotas, muitas crianças e pais têm sofrido para se adaptar à nova rotina, um modo diferente de interagir e aprender.

Para a pediatra Adelma Figueiredo, “Não tem lógica liberarem a abertura de espaços públicos e privados, com as crianças se aglomerando, mas não puderem ir à escola. “Tem muita lotação nesses ambientes de festas infantis, shoppings, muitas delas não utilizam máscara.”

No programa “Quem é quem” desta segunda-feira (09), a pediatra explicou que, para as aulas retornarem, devem existir medidas de higiene pessoal tanto das crianças, quanto da escola.

“A escola tem que ter um plano de ação escrito, a curva de contaminação e mortes deve estar em declínio e temos também que ter leitos de retaguarda. Se esses três critérios estiverem bem respondidos, temos segurança em voltar às aulas, tanto em escolas públicas e particulares”, explicou a médica pediatra.

Adelma esclareceu que, de acordo com a Sociedade Roraimense de Pediatria, as aulas devem voltar por conta de as crianças estarem sendo afetadas pela falta de aprendizado.

“Muitos pais não têm um espaço físico adequado, condições cognitivas, ou tempo para ensinar os filhos em casa, porque o EaD [Ensino à Distância] é difícil para a criança, seja ensino fundamental I ou II, ensino médio. Os pais têm que complementar no aprendizado e as escolas não estão conseguindo manter eficiente o EaD”, ressaltou Adelma.

Desde o começo da pandemia, a estatística sobre o caso de violência doméstica contra a mulher cresceu muito, e as crianças por estarem em casa, vivenciam isso, se tornando uma fase difícil neste momento em que não estão indo à escola.

Crianças devem ser expostas a uma tela eletrônica por até duas horas por dia (Foto: Reprodução)

“As crianças estão visualizando essa violência e também acabam sofrendo. Quanto menor essa criança for, mais será afetada por essa falha em seu desenvolvimento”, comentou a pediatra.

Adelma afirmou de que as crianças devem ser expostas a uma tela eletrônica por até duas horas por dia, e com o EaD o uso se tornou excessivo, além de elas estarem exaustas mentalmente.

“Elas têm ficado oito horas usando aparelhos eletrônicos por dia, isso vai trazer sequelas. Imagine essa geração daqui a dez anos. A saúde mental das crianças em geral está muito comprometida”, alertou.

A médica ainda disse que os professores, em média, se contaminam com outros adultos. “As crianças são um fraco transmissor e se contaminam menos, isso saiu em uma pesquisa do Reino Unido. Temos que ter o bom senso de que elas estão sendo muito prejudicadas”, finalizou.