Ser estudante é muito mais que cumprir uma rotina escolar. É se tornar uma pessoa completa, exercitar sua cidadania, aprender a conhecer o mundo e as pessoas, contribuir para se compreender e modificar a realidade.
Nesta terça-feira (17), comemora-se o Dia Internacional dos Estudantes, e alunos lembram na data de hoje como a pandemia afetou os planos e perspectivas para o futuro. Segundo eles, alguns sonhos foram adiados ou estão sendo realizados pouco a pouco em meio às dificuldades.
O ensino à distância (EaD) se tornou um meio para que os estudantes afastados do ensino presencial na sala de aula, não perdessem o ano letivo.
A estudante do 9º ano do ensino fundamental, Keury Daianny Silva, 14 anos, contou quais foram as suas principais dificuldades enfrentadas no Ead. “A falta de interatividade com os professores, com os colegas de sala de aula, na troca de informações e dúvidas, além da internet de má qualidade que temos aqui no estado”, comentou.
A jovem ainda relata que está desmotivada com a nova forma de ensino. “Me senti desmotivada por sentir falta das relações sociais que eu tinha com alunos, professores e funcionários da escola, sem contar que a qualidade de ensino caiu bastante com esse distanciamento nosso da sala de aula presencial”, relatou a estudante.
Apesar de todos as dificuldades que ela enfrentou, Keury não pensou em desistir dos estudos, pelo contrário, ela ficou motivada por esse ser seu último ano de ensino fundamental.
A estudante Keury Daianny Silva, 14 anos (Foto: Arquivo pessoal)
“Desistir nunca passou pela minha cabeça, mesmo eu tendo dificuldades em aprender os conteúdos. Tenho muitas expectativas com o ensino médio, quero que a pandemia acabe logo, para que o ensino melhore, a fim de que eu possa ter um conhecimento necessário para ingressar na faculdade”, finalizou.
Com a pandemia, quem está no último ano do ensino médio e pretende entrar na faculdade, se sente aflito com a pressão de conseguir concluir o ano letivo, de estudar para o vestibular, investir nos estudos e não se desmotivar.
A formanda do ensino médio Ayrla Farias, 18, expõe suas dificuldades e o quanto está desmotivada. “Me senti um pouco desmotivada, apesar de eu sempre ter sido uma aluna esforçada. Tenho dificuldades de assimilar o estudo em casa, é bem difícil, na escola é mais fácil por todo o apoio, inúmeras vezes pensei em desistir”, ressaltou.
Muitos alunos não têm acesso à internet ou a um aparelho eletrônico, o que dificulta ainda mais esta nova forma de ensino. “Essa questão eu considero como um ponto negativo, o que prejudica nessa fase de pré-vestibular, por exemplo”, comentou Ayrla.
Percebi o quanto a escola é fundamental para a construção do nosso aprendizado (Foto: Arquivo pessoal)
Embora haja dificuldades no acesso as plataformas digitais para assistir aulas e fazer atividades, Ayrla acredita que a interação de quem busca aprender mesmo enfrentando inúmeros fatores contrários, aumentou.
“Os alunos precisam se comunicar ainda mais pelo celular, seja tirando dúvidas entre eles e com professores, muitos colegas que não conseguem interagir presencialmente se sentem mais confiantes em fazer isso pela internet”, frisou.
A aluna contou que estando em casa, pode aproveitar melhor para focar em estudar para o vestibular e com esse distanciamento ela percebeu a importância da escola.
“Não somente eu, mas como muitos outros estudantes, estão aproveitando esse tempo para aprofundar os estudos a fim de entrar na faculdade”
“Percebi o quanto a escola é fundamental para a construção do nosso aprendizado e o ensino presencial é a melhor forma de ensino, ao meu ponto de vista”, concluiu a vestibulanda.