Fazer trilhas tem se tornado bastante comum, tanto por roraimenses, quanto por turistas que vêm apreciar as belezas naturais de Roraima. Mas, os recentes casos de acidentes ocorridos nesses locais têm deixado autoridades em segurança em alerta, principalmente sobre os riscos que podem ocorrer em locais de difíceis acesso.
Os casos mais recentes são de um professor, de 62 anos, que sofreu um mau súbito quando tentava subir o platô da Serra do Tepequem, no município de Amajari, localizado a 210 km de Boa Vista. Outra situação, que aconteceu no mesmo local, é a da analista de uma departamento pessoal, de 39 anos, que lesionou o joelho durante uma trilha.
As trilhas mais comuns são as do Platô da Serra do Tepequem, Cachoeira das Sete Quedas, em Uiramutã, Pedra Mão de Deus, em Tepequém, Campos Novos, em Iracema e Serra Grande, no Cantá. E, para a prática dessa atividade, segundo o capitão Assis Santos, do Corpo de Bombeiros de Roraima, esses problemas podem ser evitados com alguns cuidados básicos, entre eles, estar com a saúde em dia.
“O planejamento é o principal em qualquer evento de lazer, e entre alguns cuidados é essencial que a pessoa saiba antes como está sua condição física. O ecoturismo exige um esforço e condicionamento físico, então fazer uma avaliação médica da sua saúde é importante”, ressaltou capitão Assis. Segundo ele, é importante aliar saúde com atividade física.
Capitão Assis disse que, para fazer uma trilha, por exemplo, com segurança, se faz necessário levar um celular carregado, lanterna e kit de primeiros socorros.
“Mesmo que aquele lugar não tenha sinal, em algum momento pode haver uma comunicação, mesmo que rápida, caso ocorra algum incidente. Por meio desse contato podemos saber que tipo de resgate aquele grupo necessita. O aplicativo de GPS [Sistema de Posicionamento Global] permite que o grupo de aventureiros poderá marcar suas localizações exatas e ficar livres de se perder, podendo também passar para o resgate a localização”.
O ecoturismo exige um esforço e condicionamento físico (Foto: Divulgação)
“A lanterna faz com que consigamos visualizar alguma luz em um caso de resgate, sendo bem importante. O kit salva-vidas deve ter medicamentos, mesmo que a pessoa não apresente problemas de saúde”, ressaltou.
Deixar anotado todo planejamento com alguma pessoa que não foi trilhar, facilita o trabalho dos Bombeiros em caso de alguma ocorrência. “O planejamento deve ser anotado e passado para alguma pessoa que não foi trilhar, essas informações serão repassadas para o corpo de bombeiros e a equipe de resgate. Número de telefone, quantidade de trilheiros, sexo das pessoas, idade e se elas tomam algum medicamento, mas principalmente o horário de ida e de retorno”, explicou.
Locais de muitas caminhadas é importante começar cedo, pois as trilhas são muito mais bem aproveitadas quando se começa pela manhã. Além de que, planejar a chegada para antes do pôr do sol diminui chances de acidentes por falta de iluminação.
Outro fator a ser considerado é a alimentação e os trajes adequados para o passeio. “Para os homens é importante usar shorts térmicos, pois assim evita assaduras. As mulheres devem usar calça legging, para não vier a se machucar, tênis com trava para que não aconteça escorregões, e camisas compridas para se proteger do sol, filtro solar e óculos de sol com proteção de raios ultravioletas”.
“Frutas são importantes, assim como alimentos que gerem uma boa hidratação. Comidas de fácil preparo é bom para não perder muito tempo e aproveitar o local”, comentou.
O capitão ainda alerta sobre o caso de um grupo se encontrar perdido. “Não precisa se preocupar em ficar procurando, andando tentando achar o local de destino, a pessoa pode ficar em um local, guardar suas energias, pois com aquele planejamento, o familiar ou amigo do trilheiro, dará falta e acionar o telefone 193, onde os bombeiros farão a busca”, alertou.
Capitão Assis disse que, para fazer uma trilha com segurança, se faz necessário levar um celular carregado, lanterna e kit de primeiros socorros (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)