Durante toda a manhã e agora no começo tarde desse domingo, 29, a reportagem da Folhabv acompanhou a movimentação das principais seções de Boa Vista e percebeu o baixo movimento chamou a atenção.
Em conversa com a reportagem alguns fiscais informaram que tinham algumas seções, aonde até às 14:30 não teriam votado nem 40% dos eleitores. A empresária Ana Araújo que vota em uma seção no centro de Boa Vista disse que na sua família somente ela e um cunhado iriam votar.
“Na minha família somos 14 eleitores mas somente eu e o meu cunhado que saímos para votar, o resto da família preferiram pagar a multar a ter que sair de casa para votar em qualquer um dos candidatos”, afirmou. No primeiro turno o número de abstenção foi de mais de 52.000 eleitores somente em Boa Vista, 72 mil no Estado.
Para o sociólogo Paulo Racoski, o número alto de abstenção no primeiro turno pode significar um protesto. Mesmo tendo mais de 10 candidatos à prefeito, o eleitor não se sentiu satisfeito com a perspectiva que a política tradicional no modelo da execução dos resultados e os resultados sociais, econômicos, culturais, saúde, habitação, transporte e outros.
Segundo ele ainda, o entendimento é que o eleitor achou que era melhor ficar em casa. “A maioria é trabalhador e operário, então, vem a dúvida entre gastar gasolina, seu tempo de repouso com a família e ir votar. Não foi só a pandemia que afastou o eleitor. Então, talvez os 52 mil abstenções ocorridas deve ter aí um protesto”, disse.
Para quem não for votar a multa pode variar, entre R$ 1,05 e R$ 3,51, por cada turno. Para o pagamento, o eleitor precisa emitir a Guia de Recolhimento da União (GRU) no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou cartório eleitoral e pagá-la no Banco do Brasil. Em seguida, é preciso aguardar que a Justiça Eleitoral identifique o pagamento e faça o registro na inscrição do eleitor.
Se o eleitor não tiver condições financeiras de pagar a multa, deve informar a situação à Justiça Eleitoral para poder ter direito à isenção.