A partir desta semana, a Folha irá publicar um material especial sobre investimentos, escrito pelo analista Matheus Lima. O conteúdo será divulgado todas as segundas-feiras. Na edição de hoje, 07, o tema é sobre o aumento das ações da Vale.
Por que as ações da Vale vêm subindo tanto?
Certamente, a Vale é uma das empresas mais comentadas entre os investidores que ingressam na Bolsa de Valores, assim como Petrobras, Itaú, etc. A mineradora já foi case de sucesso por um bom período, nos áureos tempos de fortes altas durante a primeira década dos anos 2000, somando mais de 10.000% de valorização no preço de suas ações.
E cá estamos, em 2020, mais uma vez falando da queridinha do Brasil, que acumulou uma alta de mais de 29% nas últimas três semanas, trabalhando em regiões de preço nunca alcançadas na sua história, chegando ao preço de R$ 82,68 por ação. Mas falar que subiu é fácil, o interessante mesmo é apontar os principais fatores que influenciaram estas recentes altas da ação. Então, vamos ordenar os fatos:
(Profit PRO – NELOGICA, gráfico diário das ações da Vale, 26/11)
Apesar do otimismo gerado nos mercados com o resultado das eleições americanas, as ações da Vale (VALE3) se mantiveram constantes, sem muita distorção do que já vinham sendo negociadas – até mesmo com o resultado final dia 9 de novembro – após suas negociações abrirem com quase 1,5% de alta, ela engatou uma movimentação de baixa ao longo do dia, fechando o período sem alteração em relação ao pregão anterior.
O que realmente desencadeou uma forte movimentação do ativo foi, no dia 16 de novembro, quando o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou a venda de 40 milhões de ações, totalizando um financeiro de R$ 2,5 bilhões. O feito animou os investidores de tal maneira que, desencadeou a entrada de um fluxo comprador tão forte, fazendo com que as ações da Vale já estão a 7 pregões consecutivos de forte alta no papel (até dia 27/11).
Outro fator importante, se não o mais, foi a forte valorização do minério de ferro chinês nos últimos dias. O commodity, que é produto principal da mineradora, tem forte influência sobre o preço das ações, tendo em vista que, quando o preço do produto aumenta, entende-se que, consequentemente, o faturamento da empresa tende a acompanhar esta alta, ou seja, estima-se um crescimento com base nisso.
O minério chinês negocia no momento em aproximadamente US$ 145,00/tonelada, acumulando uma alta no mês de mais de 20%, trazendo, assim, mais um motivador importante para as intensas movimentações de alta dos preços das ações da Vale nos mercados dos últimos dias.
Importante salientar que retornos passados não são garantias de resultados futuros, ou seja, não significa que as ações da Vale DEVEM continuar subindo pelos motivos citados acima, pois o mercado da Bolsa de Valores é dinâmico e pode mudar a qualquer momento, e o conteúdo acima não configura qualquer tipo de recomendação de compra ou venda, representando somente a opinião e visão do analista Matheus Lima CNPI-T 2268 sobre os fatos ocorridos recentemente.
PERFIL – Matheus Lima, amazonense de 25 anos investe na bolsa de valores de forma autônoma desde os 19 anos de idade quando começou seus estudos. Ao buscar aperfeiçoamento em treinamentos ao redor do Brasil, foi convidado por Alison Correia, um dos analistas mais renomados do mercado financeiro e dono da maior comunidade de traders do país.
Hoje, Lima é um dos 117 analistas certificados CNPI-T no Brasil e o encarregado geral de todas as análises gráficas e recomendações de ações da empresa Top Gain, que oferece diferentes treinamentos para quem quer aprender a investir na bolsa de valores. Mora em São Paulo e cursa uma pós-graduação em gestão financeira na maior instituição de ensino voltada para mercado financeiro, Insper.