Em apoio à Polícia Civil de Pernambuco, foi deflagrada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 22, em Roraima, a “Operação Geografia do Crime”, que visa o combate a uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de tráfico de drogas, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.
Três mandados de prisão foram expedidos pela Justiça pernambucana para serem cumpridos em Boa Vista.
Em Roraima a operação é coordenada pelo diretor do DENARC (Departamento de Narcóticos), delegado Fernando Olegário e conta com a presença do delegado Higor Carvalho, de Pernambuco.
Os policiais se mobilizaram para cumprir três mandados de prisão temporária por 30 dias. Entretanto, um dos alvos deixou Roraima e foi preso ao chegar a Recife, no início da manhã de hoje.
Em poder dos acusados, foram apreendidos telefones celulares, notebook, relógios, joias, dinheiro e um veículo SW4. O total dos bens apreendidos foi avaliado em aproximadamente R$ 500 mil.
A prisão deles foi cumprida pelo delegado Fernando Olegário, que efetuou o interrogatório de ambos. O casal negou a participação nos crimes que lhes são imputados. O homem disse que há quatro anos trabalha no ramo de gêneros alimentícios, comprando produtos nos mercados de Roraima e levando para a Venezuela.
Com a prisão dos alvos, a Polícia Civil de Roraima vai comunicar a Justiça do Estado e enviar todo o procedimento à Polícia Civil de Pernambuco.
INVESTIGAÇÃO EM PERNAMBUCO – A 71ª Operação de Repressão Qualificada do ano, denominada “Geografia do Crime” é vinculada à DINTER I (Diretoria Integrada do Interior I), sob a presidência do Delegado Álvaro Grako, Titular da 14ª Delegacia Seccional de Polícia – Caruaru – 14ª DESEC. A investigação foi iniciada em setembro de 2019, com o objetivo de identificar e desarticular integrantes de Organização Criminosa voltada à prática dos seguintes crimes: tráfico de drogas, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.
Nesta manhã estão sendo cumpridos 23 mandados de prisão e 27 mandados de busca e apreensão domiciliar, 17 sequestros de veículos, 43 mandados de bloqueios de ativos financeiros no valor total de R$ 514 milhões de reais, todos expedidos pela Vara Única da Comarca de Ferreiros-PE.
Na execução, estão sendo empregados 170 Policiais Civis, entre Delegados, Agentes e Escrivães, além do apoio da Polícia Civil dos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Roraima, Rondônia, Piauí e Alagoas.
As investigações foram assessoradas pela DINTEL (Diretoria de Inteligência) da Polícia Civil de Pernambuco, além do apoio do Laboratório de Lavagem de dinheiro – LAB.
A ATUAÇÃO DA QUADRILHA NO PAÍS – De acordo com informações prestadas à imprensa na manhã desta terça-feira, pelo delegado Álvaro Grako, a organização criminosa atuava tanto em Pernambuco quanto em outros sete estados do Brasil.
Segundo o delegado, a base Pernambucana remetia os valores do tráfico para a compra da droga produzida fora do Brasil, nas regiões de Fronteira. Essa droga era adquirida em regiões fronteiriças como Mato Grosso, Roraima e Rondônia.
“Esse dinheiro seguia para esses locais e quando chegava a determinados alvos, que são pessoas que foram presas na data de hoje, esse dinheiro era transformado em ouro e era lavado. E, aí retornava em forma de droga para abastecer as cidades Pernambucanas”, detalhou o delegado da Polícia Civil de Pernambuco.
O delegado destacou ainda que os chefes da organização criminosa são dois presidiários do Estado de Pernambuco, sendo que um deles está recolhido em um presídio Federal no Mato Grosso do Sul e outro que se encontra preso em Recife.
A Polícia Civil pernambucana está fazendo ainda a contabilidade de todo o material apreendido nos Estados ema operação foi deflagrada e que foram adquiridos por meio do tráfico de drogas. Entretanto, judicialmente foram deferidos o bloqueio de 514 milhões de Reais, mas que ainda não se sabe quanto efetivamente será bloqueado após o resultado dos trabalhos nos Estados.
“Inicialmente a ordem do bloqueio judicial é de R$ 514 milhões. Já temos vários carros e joias apreendidos. Inclusive trazemos um dado importante, apenas uma das joias que foi apreendida em Roraima, de diamante, é avaliada em mais de R$ 300 mil. Ainda é incalculável o valor do montante que vai ser revertido em toda a sociedade Pernambucana”, disse.