Em entrevista ao programa Agenda da Semana da FolhaFM deste domingo, 3, o doutor em economia, Haroldo Amoras, falou sobre o cenário econômico para o ano que se inicia. De acordo com ele, ainda não é possível fazer previsões para o setor por conta da pandemia de coronavírus.
“Eu vejo o cenário naturalmente com dificuldade, mas não nessa visão maniqueísta, de bem e de mal, de um Brasil entre os comunistas e os capitalistas, a realidade é que vivemos em um mundo em profundas transformações que agora pela crise sanitária ela tomou uma configuração mais nítida e alcançou níveis planetários. A ciência sempre nos deu resposta para os surtos, e agora apareceu um vírus que é desconhecido da ciência, que é uma mutação que desafiou os estudos. Além disso, o estado se mostrou ineficaz a essa crise sanitária, os políticos foram incompetentes para resolver essa situação em todas as esferas”, disse o economista.
“Nesse cenário como fica a economia? Veio uma turma que mandou ficar em casa, pra uma minoria isso é ótimo, mas para a maioria, para o trabalhador da base que precisa mesmo ir para o sinal, para a feira, precisa trabalhar, aí o governo não deu uma opção substantiva e útil. Com esse cenário de profunda mudança é um desafio”, acrescentou.
Ainda de acordo com o economista, com base em todas essas questões não é possível fazer previsões lineares sobre a economia, portanto, segundo ele, é importante que os trabalhadores gastem o mínimo possível e segurem seus empregos, pois não há segurança nenhuma sobre a estabilidade da economia. “Eu imaginei que a crise econômica fosse maior do que foi, imaginava-se que a queda do PIB fosse de 5% e foi de 3,5%, então alguma coisa amorteceu, uma delas pode ter sido o auxílio emergencial, outra foi o comércio informal”, afirmou.
