Infarto em jovens tem maior probabilidade de resultar em morte visto que menor desenvolvimento da chamada circulação colateral contribui para o cenário de acordo com o cardiologista Dr. Roberto Yano.
Segundo ele, apesar dos avanços tecnológicos e da ciência, a precariedade do estilo de vida adotado por boa parte dos brasileiros tem contribuído para o número crescente de jovens acometidos por infartos nos últimos anos. De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no Brasil, registrando mais de 1100 mortes por dia, cerca de 46 por hora.
Com a pandemia de Covid-19, o cenário tende a ganhar um novo fator além do tabagismo, a hipertensão, a dislipidemia, a obesidade, o sedentarismo, o estresse e até o diabetes, conforme alerta o cardiologista Dr. Roberto Yano. O médico explica que o coração é irrigado pelas artérias coronárias direita e esquerda. A coronária esquerda ainda se divide em artéria descendente anterior e artéria circunflexa. Todas essas coronárias possuem diversos ramos colaterais que tendem a ficar mais desenvolvidos com o passar dos anos.
“Quando o idoso infarta uma artéria do coração, as outras artérias, ou seus ramos, podem dar conta de suprir o entupimento ocorrido. Porém, quando o paciente tem menos de 40 anos, o fato da circulação colateral não ser tão desenvolvida, quando uma artéria é entupida, os ramos colaterais das outras artérias não dão conta de suprir a região afetada de forma eficaz, facilitando a necrose e morte de toda aquela região afetada”, explica o cardiologista.
Segundo o médico, apesar dos avanços tecnológicos e da ciência, a precariedade do estilo de vida adotado por boa parte dos brasileiros tem contribuído para o número crescente de jovens acometidos por infartos nos últimos anos (Foto: Divulgação)
A primeira hora é crucial para que o infarto não seja fatal visto que a agilidade nos primeiros socorros e o tempo para o restabelecimento do fluxo de sangue ao coração são fatores que determinam o futuro do paciente. “Tempo é músculo!”, diz o cardiologista. Quanto mais tempo se leva para abrir uma artéria coronária entupida, maior o risco de evoluir para insuficiência cardíaca, arritmias graves e até a morte.
Independentemente da idade, os sintomas se mantêm parecidos, dor no peito, em aperto ou queimação, que pode irradiar para a mandíbula ou para o braço esquerdo, ou até para a região do estômago. Pode ser acompanhada de sudorese fria, falta de ar, e o quadro tem duração maior que 20 minutos.
“Esses ainda são os sintomas mais clássicos para o infarto, seja em jovens ou em idosos. Sendo assim, manter o seguimento clínico com seu cardiologista, realizar os exames de rotina e se atentar a um estilo de vida saudável, ajudam a prevenir o problema, em qualquer idade”, diz o Dr. Roberto.
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