A suspensão do retorno das aulas presenciais nas unidades de ensino particular na Capital foi feita a partir do decreto municipal n° 014, lançado pela Prefeitura de Boa Vista, nesta semana. A nova medida tem a intenção de evitar a disseminação do novo coronavírus nesses espaços e conter o avanço da doença na cidade.
A presidente do Sindicato das Escolas Particulares em Roraima (Sindepe-RR), Susanmara Valle, espera que com as novas medidas, a pandemia fique sob controle e que as aulas possam retornar no formato híbrido, online e presencial.
“Em uma reunião, a atual gestão municipal apresentou aos representantes das escolas, o atual cenário epidemiológico da capital. Diante da gravidade da situação, concordamos com a medida, e esperamos que em breve as atividades pedagógicas retornem de forma híbrida”, diz Susanmara.
Susanmara explica que mesmo com o retorno das aulas de forma remota, as escolas de ensino particular continuam seguindo o mesmo calendário inicial. “Cada escola tem seu próprio calendário e que deverá seguir mesmo com as aulas online”, afirma.
A presidente do sindicato aborda que, atualmente, as escolas estão preparadas e informadas para ofertar o ensino remoto a seus alunos. “Sabemos que o ensino remoto traz limitações principalmente para os alunos da educação infantil por eles ter um tempo de concentração menor, o que prejudica nas atividades passadas pelos professores de forma remota. As escolas estão amenizando essa situação inovando e usando a criatividade para que os alunos fiquem atentos a aula e aprendam”, prioriza.
Ela ainda afirma que a suspensão das aulas presenciais é temporária, e que as escolas entendem o momento e não deixarão de cumprir com suas atividades.
“A atual gestão nos garantiu que essa situação é temporária, pois se tem consciência do impacto econômico e pedagógico que ela traz. Cada escola está se reorganizando para não prejudicar seus alunos”, enfatiza.
Marcela Botinely, concorda que a medida foi necessária por conta do aumento do número de casos.(Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Escola de cursos – A proprietária de uma escola de idiomas da Capital, Marcela Botinely, concorda que a medida foi necessária por conta do aumento do número de casos.
Mas, ela acredita que uma escola de idiomas, por exemplo, é um local seguro, por não ser uma rede de ensino básica, devendo haver medidas menos rigorosas impostas pelo decreto.
“Nesse momento de pandemia, diminuímos o número de alunos dentro uma sala, de 18 passou para oito pessoas no ambiente, no máximo. Seguimos com todas as recomendações de higiene necessárias para esse momento. Deveria haver uma medida menos rigorosa em nosso setor”, diz Marcela.
Marcela frisa que o ensino remoto trouxe aos alunos o distanciamento social, e isso pode ser um fator para que as crianças desenvolvam ansiedade.
“Os alunos não querem mais aula online. As crianças estão criando problemas de depressão, ansiedade, isso são dados vindo de pesquisas recentes”, frisa.
E sobre o ensino remoto, ela diz que o método de aprendizado trouxe uma experiência positiva e uma maneira de socializar nova, porém com desafios constantes.
“A internet em nosso estado é um problema, o que prejudica o ensino remoto em nossa região. Acredito que ele teria sido melhor aproveitado se a internet não fosse ruim”, considera.