Cotidiano

Inquérito aponta que não houve irregularidades em cirurgias

Investigação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública

Após o resultado do inquérito que apurou possíveis irregularidades no atendimento a pacientes que necessitavam de cirurgia de buco maxilo facial, os cirurgiões especialistas Rodrigo Acioly e Daniel Carvalho, procuraram a reportagem da Folha de Boa Vista, para se manifestarem.

O inquérito policial foi relatado pela DRCAP (Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública), a partir de denúncias feitas pela coordenação do Setor de Buco maxilo facial do HGR (Hospital Geral de Roraima).

As denúncias, conforme depoimentos da coordenação fazem referência as gestões anteriores, principalmente na gestão do Rodrigo Acioly, de que não havia solicitação de material, com o intuito de direcionar os pacientes para ajuizarem ações e, consequentemente, os pacientes procurassem atendimentos particulares.

Contudo, por meio de documentações apresentadas durante as investigações, Acioly teria informado da ausência de materiais no setor, muitas vezes até duas vezes no mesmo mês, pontuando o necessário para ser adquirido, além de informar a quantidade de pacientes que estavam na lista de espera. Segundo ele, para deixar a Sesau (Secretaria de Estado da Saúde) informada sobre as dificuldades e assim tomasse providências acerca da situação.

A Folha teve acesso ao inquérito assinado pela delegada Magnólia Soares. No texto, a delegada afirma: “Diante de todo o exposto, conclui-se que a máquina estatal foi movida por interesses particulares, com informações distorcidas e direcionadas, com intuito de prejudicar terceiros”.

A intenção da denunciante, segundo Acioly, seria afastar ele e os outros dois profissionais que são servidores efetivos do Governo, para abrir vagas remotas e assim acomodar pessoas sem vínculos efetivos, contratadas por meio de cooperativas.

“Ela dizia que negligenciávamos a solicitação de material dentro do Hospital Geral, para estimular pacientes a judicializarem ações para receberem tratamentos cirúrgicos em clínicas particulares”, disse Acioly.

O cirurgião disse ainda que para dificultar a defesa dele e dos demais envolvidos, documentos teriam sito extraídos de maneira irregular pela própria secretária de Saúde na época.

“Ela teria chamado um chaveiro e mandado a arrombar a porta de uma das salas do HGR, que abrigava a coordenação em 2019. Foram levados todos os documentos do setor da bucomaxilo de 2015 a 2018, justamente o período em que eu [Rodrigo Acioly] era o coordenador do setor”, destacou.

Com base no resultado do inquérito, Acioly e Carvalho afirmam que irão acionar juridicamente todos os responsáveis pelas denúncias que eles classificam com falsas e infundadas.

GOVERNO – O Governo do Estado, por meio da PCRR (Polícia Civil de Roraima), informa que o referido caso foi investigado pela DRCAP (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública) e tramitava em sigilo decretado pela Justiça. As investigações foram pautadas em provas documentais, testemunhais e periciais. Com a conclusão das investigações, o caso foi relatado e enviado à Justiça, cabendo agora ao Ministério Público Estadual se manifestar.

MP – A reportagem entrou em contato com o Ministério Público e aguarda retorno.