O Brasil apresenta um alto índice de gravidez na adolescência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a taxa de gestação na adolescência no Brasil é de 400 mil casos por ano. Quanto a faixa etária é entre meninas de 15 a 19 anos.
No entanto, uma gravidez na adolescência independente de ter sido precoce ou desejada trás grandes impactos na vida emocional da mãe, o que quase nunca é abordado.
Maus olhares e julgamento se tornam mais comum na vida de uma mãe adolescente. Por conta que a maioria está concluindo o ensino fundamental ou ensino médio. A discriminação é notável.
Levando em conta também a vulnerabilidade em que essa adolescente é submetida, neste contexto a saúde mental torna-se uma tendência de adoecimentos sendo necessário o acompanhamento de um profissional.
A psicóloga Mariana Pessoa conta que é necessário muita união dos familiares e amigos nessa fase. “A adolescente vai precisar contar com o apoio dos pais, principalmente o apoio emocional, e como é uma fase muito complicada existe um misto de sensações. A Adolescente não tem maturidade suficiente para encarar uma gestação, e ela se ver sozinha, abandonada, não sabe exatamente o que está acontecendo”, relatou.
Ela disse ainda que é importante que a adolescente não se desespere. E que os amigos de verdade estarão do lado dela para o que der e vier. Concluiu a psicóloga.
Em entrevista com duas jovens que engravidaram ainda na adolescência, pessoas que elas consideravam amigas, se afastaram.
A jovem de 19 anos Thalyta Vitória Araújo, conta que ao longo de sua gravidez houve muitos julgamentos, resultando em uma depressão. “Eu tive depressão na minha gravidez durante um tempo, eu chorava muito”, acrescentou.
Thalyta conta também que “Ao descobrir que estava grávida só tive duas amigas que ficaram do meu lado, apesar de que antes tinha muitos amigos. Desde que me tornei mãe não me lembro quando foi a última vez que me chamaram pra sair ou algo do tipo, é muito ruim quando as pessoas te exclui pelo fato de você estar grávida”, acrescentou a jovem.
Ana Paula Costa Vieira de 19 anos que também teve bebê quando ainda estava completando o ensino médio relatou que pessoas que elas considerava importante se afastou dela logo depois que ela teve bebê.“Eu tive muitas pessoas que eram próximas a mim e se afastaram depois que descobriram que eu tive filho”.
Ela disse também que muita coisa mudou quando se vira mãe. “Depois que eu passei pelo resguardo aí pude ver quem se importa com a gente, quando se passa por um momento desse, difícil, delicado, onde nós mulheres ficamos muito sensível, frágil a qualquer coisa. Tive três amigas que ficaram ao meu lado me mantendo calma”.
Ana Paula relatou também que depois que teve neném deixaram de chamá-la pra sair dizendo que é por conta dela ter filho “ muita gente deixa de te chamar pra lugares porque você tem filho, e eu também tenho uma vida, tenho que aproveitar, a gente vira mãe não fica esquecida”, concluiu
A taxa de gestação na adolescência no Brasil é altíssima, gerando complicações para mãe e para o recém nascido.