Desde o início da pandemia do coronavírus, a rede de educação de Roraima e da Capital se adaptou a à realidade do ensino remoto. Gestores, professores, alunos e pais passaram a acompanhar o andamento da educação cada um na sua casa.
Porém, não tem sido uma adaptação fácil. Uma saída encontrada por pais e professores foi o reforço escolar que, de acordo com propostas do Ministério da Educação, é um tempo de aula além do ensino regular. Pode ocorrer em determinados dias da semana, em horários variados, geralmente por uma hora, da disciplina em que o aluno tem mais dificuldade.
A professora da rede de educação municipal, Claudionice Muniz, oferta o reforço escolar a mais de seis anos em casa, no horário oposto ao trabalho. E, nesse tempo de pandemia do coronavírus, muitos pais têm procurado o serviço, mas preferiu reduzir a quantidade de alunos para evitar a circulação do vírus e manter sua atividade.
“A procura tem sido grande, mas devido os cuidados que temos que ter, eu tenho dispensado alguns alunos. Eu tenho uma certa quantia de alunos. Todos alunos vem com máscara e tem álcool em gel na mesa. Eu trabalho numa área aberta, atendo de um por um ou de mesa em mesa. Mas tendo cuidado para que não peguem e não passem [covid-19]”, disse a professora.
A professora Claudionice Muniz oferta o reforço escolar a mais de seis anos em casa, no horário oposto ao trabalho (Foto: Divulgação)
A pedagoga ainda notou uma diferença na aprendizagem das crianças, como a maior dificuldade de leitura e interpretação.
“Eles estão como uma dificuldade da leitura, de desenvolvimento, de interpretação e eu acredito que seja devido do tempo em que ficaram em casa, parados. Não foi um estudo efetivo, como vinha sendo anteriormente”, completou Claudionice.
Ela é viúva e esse serviço lhe garante uma renda extra, além de continuar fazendo o que gosta: ensinar. Atualmente ela atende de cinco a seis crianças por turma e sempre trabalha com alunos da alfabetização até o 5º ano. Ainda realiza o acompanhamento escolar a partir das atividades escolares que os alunos levam, ensinando conforme o aprendizado de cada criança.
OUTRA MANEIRA – A estudante de pedagogia Laís Rodrigues encontrou uma forma de ajudar no ensino das crianças de três a 10 anos. Desde julho do ano passado, ela começou a montar e vender apostilas escolares de ensino infantil para os pais que quisessem ensinar o filho.
“Eu iniciei com a venda de conteúdo, de atividades para crianças para fazer em casa, de acordo com a necessidade. Ia variando, não era uma atividade tradicional. E as aulas particulares eu inicie em setembro, nas residências”, disse.
No momento, está concentrada no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Assim que se formar, pretende montar uma sala de aula para acompanhar de perto os seus alunos, usando atividades lúdicas e brincadeiras como estímulo a aprendizagem.
*Por Adriele Lima – estagiária FolhaBV